20 novembro, 2008

ENCHENTES EM SANTA CATARINA

ONG SÓCIOS DA NATUREZA participará da
CÚPULA SOCIAL DO MERCOSUL

(A CSM acontece dentro da organização da CÚPULA DE PRESIDENTES DO MERCOSUL e da CONFERÊNCIA DA AMÉRICA LATINA E CARIBE)




Sócios da Natureza participará da ‘’Cúpula Social do Mercosul’’ em Salvador, Bahia, nos dias 13, 14 e 15 de Dezembro de 2008, como convidada especial da Secretaria Geral da Presidência da República (SG-PR). Uma grande responsabilidade nos é incumbida, mas com muita honra, a participar de uma mesa redonda sobre Mudanças Climáticas na Cúpula Social do Mercosul e proferir palestra como afetado do Catarina na ''Cúpula dos Povos'' que acontece em paralelo à dos governantes, portanto não oficial.

‘’O encontro reúne representantes de Movimentos Sociais do Brasil, da Argentina, do Uruguai, do Paraguai e da Venezuela e acontece durante a 36ª Reunião de Chefes de Estado do Mercosul. Presidentes da América Latina e Caribe se reunirão em Salvador, Bahia, em duas iniciativas consecutivas: a Cúpula de Presidentes do Mercosul e a Conferência da América Latina e Caribe. É a primeira vez que os Chefes de Estado da região se reúnem sem a presença dos EUA. Nestas duas instâncias de alto nível, os presidentes debaterão uma agenda crucial para o destino dos povos de nossa região. Serão tomadas decisões sobre comércio, integração regional, políticas sociais e econômicas comuns, segurança e militarização, integração produtiva, políticas sobre migrações, e muitos outros temas fundamentais para o nosso futuro. Durante a Conferência, esses governos se prepararão de certa forma para a próxima Cúpula das Américas, que ocorrerá em abril de 2009, em Trinidad y Tobago, que pretende encontrar novas roupagens para os já derrotados planos de EUA para a região. Na última dessas reuniões, a III Cúpula das Américas ocorrida em Mar del Plata - Argentina, a proposta da ALCA foi claramente rejeitada’’ Release da REBRIP.

OBS. Ainda não concluímos a pauta, mas não iremos lá pra lamentar as tragédias climáticas, mas sim buscar alternativas de enfoque preventivo como a instalação do Sensor/Bóia nas imediações da costa atlântica de Araranguá através do Plano Transversal da Marinha; A composição da atmosfera regional captadas por satélites da NASA e o apoio institucional ao Segundo Encontro sobre Mudanças Climáticas, em Março de 2009. Além disso ‘’imploraremos’’ mais atenção do Governo Federal à região afetada, no sentido de promover estudos específicos, científicos e qualificados sobre as reais causas dos intensos e freqüentes eventos climáticos na região entre a Bacia do Mampituba e do Itajaí (Blumenau). Várias são as versões atribuídas às causas, mas deve haver alguma que seja mais determinante, apesar da complexidade do tema. É preciso também que estado fortaleça a Defesa Civil na região, porque não já ensaiar uma espécie de Estado de Emergência Climática.

OBS. Denunciaremos o inconveniente PL 238 do governador LHS que se aprovado aumentará a fragilidade das matas ciliares, das encostas, das APPs, das UCs e permitirá que licenciamentos de empreendimentos sejam aprovados após 60 dias, por mais poluentes que sejam, ou seja, as enchentes irão soterrar e afogar mais vidas para agradar o setor produtivo ganancioso que só visualiza o lucro. Isto é crime não só ambiental, mas civil! Se possível, protocolarmente, denunciaremos perseguições e ameaças a Ambientalistas, que cada vez mais sem recursos calam-se perante as pressões do poder político e econômico.

Possivelmente as notas publicadas no site do colunista Cláudio Humberto (e em outros sites também!) baseadas nos alertas (abaixo) em relação a tragédias climáticas no Sul de SC e agora no Norte, contribuíram para que o convite fosse feito a ONGSN.


claudiohumberto.com.br
QUINTA-FEIRA, DEZEMBRO 04, 2008
Santa Catarina em ‘emergência climática’
Usinas termelétricas podem ter contribuído para a desgraça da chuva no norte catarinense, segundo alertam os ecologistas. Em 1974, anos após a construção da usina Jorge Lacerda, Sul do Estado, enchente matou 199 pessoas. Vieram depois trombas d"água e furacões. A ONG Sócios da Natureza adverte há anos para a queima de carvão e agora “implora” ao governo federal que decrete Estado de Emergência Climática.
Balão de gases
A usina Jorge Lacerda, no centro de duas bacias climáticas, emite CO² e outros gases dia e noite há 43 anos, segundo estudo da ONG.
Cheiro de enxofre
Morador de Blumenau, Niels Deeke, 72, relatou "cheiro de enxofre e ácido nítrico" no dilúvio que começou a cair no domingo, 23, às 19h37.

Cláudio Humberto

(OBS. Antes de lançarmos o apelo na rede, foi publicada a nota abaixo no dia 02, a nossa mensagem foi divulgada dia 03, e no dia 04 ele publicou a nota acima já baseado no apelo...)

Cláudio Humberto 02/12/2008 | 13:42
Aquecimento mortal anunciado
Lula criou um fundo de trabalho para avaliar a tragédia catarinense. Poderia convidar a ONG Sócios da Natureza, que há anos, aqui nesta coluna, alerta para a ameaça do aquecimento global na região, assolada por enchentes, tornados, ciclones e furacões. Em maio, ela pediu ao governo que decretasse estado de emergência no sul do Estado, o maior emissor de dióxido de carbono (CO²) da América Latina. Ninguém prestou atenção...

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VOLTAMOS A IMPLORAR A DECRETAÇÃO DE ‘’ESTADO DE EMERGÊNCIA (E CALAMIDADE) CLIMÁTICA’’ EM SANTA CATARINA. PRIMEIRO ALERTA FOI POR CAUSA DAS OCORRÊNCIAS CLIMÁTICAS NO SUL DE SC. CONFORME RELATO ABAIXO E AGORA A TRAGÉDIA NO NORTE DE SC.



Esperamos não estarmos constatando mais um oportunismo político sobre a desgraça do povo Barriga Verde e da destruição da natureza. Durante o flagelo do furacão Catarina foi a mesma coisa: as necessárias e bem vindas ajudas humanitárias aos afetados ambientais porém junto vieram governantes e políticos empenhando-se de olho nas campanhas eleitorais. Até degradadores ambientais como desmatadores e carboníferos se aproveitam nestes momentos com doações às vitimas .

Estudiosos alertam na mídia sobre medidas preventivas para reduzir o impacto das cheias, por exemplo, mas coincidentemente o atual Governador do Estado de Santa tenta aprovar uma lei denominada de Código Ambiental, objetivando agradar o setor agrícola da monocultura e madereiro, acabando com as APPs, como reduzindo a mata ciliar para cinco metros e permitindo desmatamento nas encostas.

As causas que provocam a ocorrência de fenômenos naturais podem ser várias, porém o homem está intensificando a freqüência das mesmas tornando o ambiente vulnerável a impactos cada vez mais devastadores, com desmatamento, queimadas e a queima de combustíveis fósseis.

Coincidentemente após o início do processo de queima de carvão mineral pela usina termelétrica Jorge Lacerda, em meados de 1965, no município de Tubarão, sul de Santa Catarina, ocorreu em 1974 a enchente com maior
número de mortes do país, pois só em Tubarão foram registrados 199 mortos, mas ocorreram mortes também na Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá e do Mampituba. Em 1983 ocorreu em Blumenau (Bacia do Itajaí) uma tão violenta quanto à de Tubarão com 49 mortes e prejuízos incalculáveis. Na noite de Natal de 1995, em questão de poucas horas, 29 pessoas perderam a vida por causa de uma trombada d’água nas encostas dos Aparados da Serra, na localidade rural de Figueira, Timbé do Sul, na Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá. Agora volta a ocorrer, talvez a mais violenta de todas, com quase 150 mortos e estragos incalculáveis na Bacia
do Itajaí.

As citadas bacias hidrográficas estão localizadas entre a Serra Geral e o Oceano Atlântico numa distância média de 40 a 60 KM de largura, enquanto que entre a Bacia do Itajaí e a do Mampituba deve haver aproximadamente 350 KM de distância em linha reta, sendo que no centro encontra-se a poderosa Jorge Lacerda com seus 856MW instalados emitindo gases dia e noite sem parar há 43 anos. Estes gases emitem CO² que contribuem com o aquecimento global e outros gases como NO² e SO² que causam a chuva ácida, como também podem causar evaporação quando encontram frentes frias.

Agora vejam o depoimento de um blumenauense no domingo do dia 23 durante o início da tempestade e depois leiam o alerta do cientista Ernani Sartori da UFP.

OBS. Óbvio que grandes enchentes ocorreram antes da instalação da Jorge Lacerda, como a de 1962 na Bacia do Mampituba, a de 1948 na Bacia do Araranguá e a de 1911, em Blumenau, na Bacia do Itajaí.
Tadeu Santos


----- Original Message -----
From: Clic
To: tkane@contato.net
Sent: Sunday, November 23, 2008 11:20 PM
Subject: Enchente em SC

(Olhem só esse relato)
Agora são exatas 20,41 horas e desde as 19,37 chove torrencialmente em Blumenau, com uma intensidade inacreditável. O que já estivesse perigando, com a pancada de agorinha certamente deslizou grotões baixo.
Enchentes - estamos acostumados a sofrer, mas delúvio com tamanha concentração de água, nos meus quase 72 anos de vivente jamais vi, nem mesmo parecido. Parece-me sentir um cheiro de enxofre e ácido nítrico na água da chuva - o que seria isto?
E agora continua chovendo cântaros. Rádios locais todas fora do ar. Ouço grandes árvores - figueiras seculares desabarem com estrondo na floresta do morro fronteiro à minha casa -certamente o terreno deslizou.
Recuperar Blumenau, se ainda valer a pena, vai ser muito difícil - levará anos.
Não estou exagerando - é algo fantasticamente supra real - parece até ficção a força da correnteza nas valadas, ribeirões agora são rios e caminhos são cursos de correntes, todos com catadupas, cujo barulho é ensurdecedor.
Que a NATUREZA se apiede de nós neste VALE DE LÁGRIMAS.
Não sei até qdo poderei dispor de energia elétrica e computador.
Fico por aqui.
Niels Deeke, em Bl'au

OBS. A explosão do gasoduto ocorreu às 22:30 hrs de acordo com matéria do Diário Catarinense data ................
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Depoimentos mais dramáticos que este colhemos em vídeo em 1995, quando um agricultor perdeu dois filhos na noite de Natal, a casa/moradia e quase 70% da fértil terra de sua propriedade rural, ficando apenas uma extensa malha de pedra – seixo rolados. Nesta noite mais 27 pessoas perderam a vida arrastadas pela violência das águas na localidade de Figueira, Município de Timbé no sul de SC, resultante do choque de nuvens presenciado pelos moradores locais. (Temos fotos)
Na noite do furacão Catarina por volta das 24:15 hrs estava transitando na rodovia BR-101 faltando apenas 10 minutos para chegar em casa, qdo ventos de 180 KM/H acompanhados de chuva impediram de continuar pois centenas de imensas árvores bloquearam a pista... Não podia ir nem voltar! Em determinado momento senti que não escaparia... Resumindo, só cheguei em casa as 11:00 hrs através de um atalho pela parte rural do município.
Penso que qualquer governante ou degradador ambiental que de um modo ou de outro sentisse o perigo da força da natureza não seria mais o mesmo após... como a antológica cena do caçador que ‘’sentiu’’ a morte do servo no filme Energia Pura.

OBS. Tentaremos reproduzir o excelente e oportuno texto ‘’COLOQUEMOS A MÃO NA CONSCIÊNCIA’’ sobre a tragédia ambiental do Vale do Itajaí de autoria da Beate Frank e outros colegas para distribuir no evento.

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Olá Tadeu

Este relato é tenebroso e fantástico ao mesmo tempo, pois apesar de tantos problemas, vê-se, porem, a perfeita comprovação das minhas teorias de que sao as termoelétricas (e em SC e RS apareceram muitas) que jogam no ar os elementos que provocam tais odores e catástrofes.
Tadeu envia o relato do Niels (talvez com o meu parágrafo abaixo junto) para toda a mídia, ela vai fazer censura, mas que fique sabendo que a vida da internet está atenta e talvez alguma deixe escapar alguma coisa. É importante enviar isso para toda a internet também.
Escrevi o texto abaixo e o publiquei em alguns jornais em 1996 e o artigo intitulado USINAS TERMOELÉTRICAS CAUSAM MUITOS DANOS AO AMBIENTE E AO PAÍS foi publicado em 2000 no site www.aondevamos.eng.br/verdade
"Além do problema da elevação da temperatura ambiente, a queima de combustíveis fósseis libera certos óxidos, como o NOx e o SO2, que por sua vez se transformam na atmosfera em poluentes secundários como o ácido nítrico e o ácido sulfúrico, ambos facilmente dissolvíveis em água. Os ácidos também podem se transformar em sais de enxofre e de nitrogênio e estes ácidos, então, podem se precipitar através da chuva (conhecida como chuva ácida), neblina ou neve. Os danos dessa chuva podem ser causados em florestas, plantações, lagos, peixes, prédios, água de abastecimento, carros, pessoas, etc, e, com o aumento da acidez da terra, os recursos de alimentação e produção diminuem".

Abraços e obrigado pelo e-mail

Sartori.

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ESTADO DE EMERGÊNCIA CLIMÁTICA

Rogamos ao governo mais atenção à região sul de Santa Catarina e desafiamos as universidades sul brasileiras a elaborar um profundo estudo sobre a intensa ocorrência de fenômenos e adversidades climáticas, resultantes da mudança de clima, que historicamente ocorrem nesta planície, situada entre o oceano Atlântico e os Aparados da Serra Geral. Considerando todos os estudos científicos, pesquisas, catástrofes e o descongelamento de geleiras no ártico, ou seja, o despertar da humanidade para com a resposta da natureza as brutais agressões que o homem tem causado aos recursos naturais. Considerando que não são mais apenas os ambientalistas e ONGs que alertam para um possível caos ecológico, agora são renomados cientistas e a poderosa ONU, que anuncia problemas socioambientais como conflitos pelo uso da água e catástrofes ambientais. Agora é Al Gore, um dos homens mais influentes do mundo que abraça a causa ambiental e o Banco Mundial raciocina que é mais lucrativo deixar de produzir 1% do PIB mundial agora, do que amargar com 20% de prejuízo numa expectativa de 15 a 20 anos.
A região sul de SC, em 1974, foi surpreendida com uma das maiores enchentes do Brasil, senão a maior, pois vitimou mais de 250 pessoas, com prejuízos imensuráveis para o poder público e população. Outras enchentes causaram pânico, destruição e mortes como a da noite de Natal de 1995, que arrastou 29 pessoas para a morte, devido à intensidade da precipitação pluviométrica nas encostas dos Aparados da Serra Geral. (Depoimentos de colonos afirmam que o choque entre duas nuvens fez com que caíssem inteiras). Conforme dados da Defesa Civil de Araranguá, ocorreram cheias significativas no rio Araranguá também em 1998, 2000, 2002 e agora em 2008.
Na seqüência, ocorreram os tornados de 2005 e 2007, mais precisamente em Criciúma e Tubarão, provocando estragos consideráveis a população atingida. Mas o fenômeno que realmente surpreendeu foi o furacão Catarina no início da madrugada de 28 de Março de 2004, com uma violência indescritível em relação à ocorrência de ventos com chuva. Não precisamos aqui citar os dados do inédito ‘’Catarina’’, pois está na memória de todos e consta em todos sites relacionados à temática do clima.
O que nos preocupa também é a estranha coincidência de um fenômeno iniciar em alto mar do Rio de Janeiro vir ‘’escolher’’ em toda imensa costa do Atlântico Sul, a região do sul de Santa Catarina como epicentro, a que justamente mais emite CO² pela queima do carvão – o combustível fóssil responsável pelo desequilíbrio do efeito estufa, que resulta nas mudanças climáticas. Por sua vez a ocorrência do ciclone extra tropical na região sul de SC também assusta, já que o professor Ernani Sartori (Universidade Federal da Paraíba) defende a tese de que existe a tendência de ocorrência de fenômenos climáticos em regiões potencialmente emissoras de gases efeito estufa, como ocorre na região sul dos EUA, onde também existem muitas usinas termelétricas queimando combustíveis fosseis.
Os dados citados são comprobatórios e idôneos, quaisquer dúvidas consultem a Defesa Civil de Araranguá ou do Estado de Santa Catarina. Outros dados e informações podem ser obtidos no Departamento de Geociências da UFSC. Nos Blogs da ONG Sócios da Natureza constam muitas informações sobre os conflitos socioambientais e a poluição causada pela atividade carbonífera da região sul de Santa Catarina - uma das 14 áreas mais críticas do país de acordo com o decreto federal nº 85.206/80.

OBS. Em face da situação exposta não seria de decretar Estado de Emergência Climática?



Sócios da Natureza
ONG criada em 1980 para defender a Natureza e uma melhor Qualidade de Vida para o Sul de Santa Catarina, de forma estrita e comprovadamente voluntária.
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Cel (48) 9985 0053 / Tel 48-35221818