21 julho, 2006

‘’ABATE HUMANITÁRIO’’




Que o homem às vezes é mais irracional que os animais é um fato. Atrocidades existem desde que o ser humano começou a perder o equilíbrio da razão pela disputa de espaço, poder e bens materiais. Entidades voltadas à defesa dos Direitos Humanos continuam a denunciar violência em todo o planeta, com significativos avanços em alguns países. Agora o que é preciso urgentemente ser discutido e de forma pública é a violência contra os animais (na mesma linha defendida por Brigitte Bardot).
Aqui em Araranguá atuamos num movimento contra os maus tratos aos cães de rua (estamos em vias de processar os covardes agressores). A caça predatória na região continua causando revolta, principalmente de espécies ameaçadas de extinção. No início do ano, repassamos a todas as autoridades do estado uma grave denúncia sobre as violentas formas utilizadas para enfurecer animais nos rodeios, como por exemplo, apertando seus órgãos genitais ao extremo. E tem ainda a barbárie da tradicional herança cultural açoriana da ‘’farra do boi’’ e o inadequado transporte de animais, mas o que mais tem nos causado revolta e indignação é a forma cruel e brutal como alguns matadouros abatem os animais, como os bovinos e suínos que são a pauladas. Isto é revoltante! A forma caracteriza crime pela explícita violência enquadrando-se na Lei de Crimes Ambientais No. 9.605/98. Art. 32 – Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.
Existem outras formas de abate sem causar tanto sofrimento aos animais, como o abate humanitário, que pode ser é realizado, por exemplo, através de armas específicas ou de ‘’métodos humanitários’’ que promovam a insensibilização dos animais.
O apelo é endereçado as autoridades responsáveis pela fiscalização e proteção de animais, como também aos legisladores, que podem propor a criação de um selo de qualidade para o ‘’abate humanitário’’ e/ou para a ‘’carne ética’’, desde restaurantes, supermercados até aos matadouros que adotarem programas, normas e formas de abate consideradas ‘’suportáveis’’ com o menor sofrimento possível dos animais, sistema já adotado em outros países.


Tadeu Santos
Ambientalista
Araranguá SC, 17/07/06.

O OUTRO LADO DA VIOLÊNCIA

O OUTRO LADO DA ‘’VIOLÊNCIA’’


Se o mal educado ‘’metido a disc-jóquei’’ ambulante sai à noite com sua CDteca pra fazer seu ‘’showzinho público’’, carregado de potentíssimas caixas emitindo som em altíssimo volume ou com o irritante ‘’bate estacas’’, além das moderníssimas descargas alteradas é porque sabe que ninguém irá importuná-lo, nem polícia, nem promotor e nem fiscal da prefeitura, até porque nem existem. Em Tubarão, assisti uma exemplar ação: uma moto estava circulando emitindo ruídos ensurdecedores e imediatamente uma viatura policial o alcançou e traçou-lhe multa. Cumpriram com a legislação. Parabéns!.
Em Araranguá é diferente. As autoridades responsáveis estão demonstrando incompetência, negligência e improbidade administrativa (Policia Militar, Promotoria Pública, Diretor de Trânsito Municipal), ‘’agem com prepotência’’ e não orientam os policiais (que muito respeitamos), por isso os mesmos não agem da mesma forma que os colegas tubaronenses.
Sugeriram parar um carro, no domingo pela manhã, tocando música clássica também em altíssimo volume, em frente à residência de um destes que fica a noite toda circulando e acordando todo mundo pela cidade. Qual será sua reação? Se bebeu muito ou drogou-se demais nem acordará, dificilmente será o contrário, mas se for, com certeza não gostará e poderá partir pra violência. Não faremos isso até porque estaríamos incomodando este protegido (e ‘’abençoado’’, porque bate contra a lei e estranhamente não é punido) e as pessoas que moram na vizinhança, portanto, infringindo também a ampla legislação vigente e provavelmente iniciando o perigoso processo que estudos alertam sobre a excessiva permissividade, que a mesma induz ou gera os primeiros passos para a violência tanto ‘’caseira’’ quanto a social. Vejam o exemplo ocorrido domingo na locadora Vamerlattis, a gang entrou no estabelecimento comercial ‘’dando porrada’’ sem demonstrar medo algum, portanto, praticando violência só vista em filmes. Esta ação também é resultante da permissividade!

A situação aqui em Araranguá está chegando ao um ponto quase insuportável e insustentável (dano à saúde da população, pessoas com medo de reclamar, omissão da autoridade resultando em baderna civil !) que passaremos a perguntar o que fazer ? Alguém tem alguma idéia ou sugestão ?

OBS. Comemorar a vitória do Brasil é uma coisa inquestionável, agora aproveitar-se da ocasião para fazer baderna é outra coisa, que não tem nada a ver com patriotismo !


Tadeu Santos
Coordenador dos Sócios da Natureza – ONG fundada em 1980.
Araranguá SC, 26/06/06