30 novembro, 2009

UM DESABAFO CLIMÁTICO

Cidadania Ambiental
Tadeu Santos ONGSN – Araranguá, 01.12.2009


‘’UM DESABAFO CLIMÁTICO!’’

Que as mudanças climáticas já estão acontecendo no Sul do país não temos dúvida (SC e RS), porém o Brasil só fala no criminoso desmatamento da Amazônia, tanto os órgãos governamentais quanto a comunidade cientifica e ambientalista, com ampla cobertura da mídia. A impressão que se tem é que só o desmatamento da Amazônia é que emite CO², ignoram outras fontes sujas como a combustão e queima de combustíveis fósseis, que além de emitir gases efeito estufa emitem também gases prejudiciais à saúde pública. Estes influenciam no desequilíbrio do clima, tanto quanto o calor emitido pelas termelétricas. Não consideram as tragédias do clima no Sul de SC que estão causando pânico na população, matando e destruindo, tanto em áreas urbanas quanto rurais, com enormes prejuízos materiais.

Estamos participando de vários seminários, encontros e reuniões sobre mudanças climáticas em todo país, patrocinado por várias ONGs. Outro dia comentei que o município de Araranguá – epicentro do furacão Catarina havia sido contemplado com três eventos climáticos de considerável magnitude num período de apenas 15 dias, como a segunda maior enchente da bacia hidrográfica do rio Araranguá, felizmente sem vítimas, uma chuva de granizo com pedras de sete cm de diâmetro e um inédito tornado na segunda quinzena de setembro, ou seja, uma semana antes do II EFAMuC. A descrição não poderia ser mais trágica, considerando o sofrimento das pessoas atingidas e os prejuízos materiais, mas um comentário inapropriado ironizou que o município era o epicentro e que então tinha que se acostumar. Numa outra ocasião comentei da menina de treze anos que havia presenciado três eventos climáticos, iniciando com o furacão quando morava em Criciúma, depois três enchentes na Barranca e por último o tornado onde está morando no bairro Alto Feliz, quando um senhor inocentemente ironizou que então é ela que atrai o problema.

OBS. Se um vento repentino ou uma nuvem escura já é motivo de pânico na vida das pessoas que moram na região, imaginem então quando acontece o fenômeno!

Não é qualquer ‘’ventinho’’ ou vendaval que vira dois caminhões numa rodovia como a BR-101 e não é qualquer ‘’ventinho’’ que provoca ondas de seis metros como acorreu no Pântano do Sul na Ilha de Florianópolis. Nenhum dos eventos do dia 19 de novembro foi previsto com a violência e gravidade que ocorreu no sul do país, entre Porto Alegre/RS e Florianópolis/SC e por fim anunciaram como vendaval, quando as características foram de furacão e ciclone extratropical. Algo está errado com a eficiência da ciência da meteorologia, eventos como o do Catarina já causaram controvérsias na época, é preciso, portanto, buscar explicações com a geofísica e a oceanografia por exemplo. Estatisticamente a tendência é intensificar os eventos climáticos, porém não estão sendo adotadas medidas preventivas e a população não está preparada para uma adequada adaptação.

Realizamos o II Encontro de Fenômenos Naturais, Adversidades e Mudanças Climáticas da Região Sul, em 07 e 08 de Outubro, em Araranguá, e uma carta/manifesto foi lançada com as principais demandas, onde consta a elaboração de estudos mais profundos como forma de esclarecer a população que quer respostas as tragédias do clima e a criação de um Observatório do Clima em Araranguá. AS POPULAÇÕES AFETADAS PELAS TRAGÉDIAS DO CLIMA CONTINUAM QUERENDO RESPOSTAS!!!





FCMCG e FAPESC

Na reunião do FCMCG dia 24 em Fpolis, o assessor técnico da presidência da FAPESC, Prof. Fernando Fernandes Aquino nos procurou pedindo para que oficializássemos um convite a Presidência solicitando a criação do GTE na região da bacia do Araranguá, da mesma forma que já foi instalada na Bacia do Itajaí. A iniciativa da FAPESC se deu em razão de nós como foristas pela FEEC fazermos um apelo ao palestrante Prof. Antônio Diomário Queirós para que o governo catarinense olhasse com mais atenção as tragédias do clima que estão causando pânico e prejuízos à população do sul de Santa Catarina, já que o mesmo havia citado apenas o apoio dado a Bacia do Itajaí. A atenção dispensada não nos chamou atenção no momento (até porque o forista Magri (Tractebel) da FIESC já havia questionado sobre as tragédias ocorridas em Araranguá), mas sim a resposta negativa do Edital da FAPESC/SDR ao nosso projeto, que propôs mais estudos sobre as causas destes fenômenos, bem como a criação de um Observatório do Clima na região. Não dá pra entender!!!



PREPARATÓRIA COP 15

Em forma de denúncia e ao mesmo tempo de apelo manifestamos nossa indignação num único pronunciamento no seminário preparatório a CPO 15, realizado no Matila Cultural no centro de São Paulo, no dia 25/11/09. O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), maior estância governamental para discutir mudanças climáticas no país, subestimou os apelos das comunidades afetadas catarinenses atingidas pelas tragédias do clima não realizando um encontro em Fpolis em 2008, como também não responderam um convite para enviar um representante ao II EFAMuC, ou seja, o FBMC não quer ouvir a população pois devem se achar suficientemente entendidos de ‘’pânico e desespero’’, consequentemente sabem tratar das devidas medidas ‘’preventivas e de adaptação’’ com o mapeamento voltado para Amazônia. Apelamos também à comunidade ambientalista brasileira para que considerem as tragédias do clima em SC, onde comprovadamente as mudanças climáticas já estão acontecendo na região que mais emite CO² pela queima de combustíveis fósseis da América Latina. PORÉM NÃO ADIANTA, O FOCO É A AMAZÔNIA E PONTO FINAL!!! Agora, se o furacão Catarina e todas as tragédias do clima como enchentes, estiagens, chuvas de granizo, vendavais/temporais, ciclones extratropicais e tornados que estão acontecendo na região sul de Santa Catarina estivessem acontecendo em São Paulo, Rio ou na Amazônia a história seria diferente porque o enfoque seria outro, tanto pelo governo, ONGs e mídia. DÁ A IMPRESSÃO QUE LÁ DÁ REPERCUSSÃO NA MÍDIA MUNDIAL!!! SE DÁ REPERCUSSÃO, OS PAÍSES DO NORTE MANDAM DÓLARES!!!

50% das emissões brasileiras de gases efeito estufa estão na combustão e queima de combustíveis fósseis, entre outras várias fontes que ‘’também’’ causam mal a saúde pública e a natureza.
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A MUDANÇA NÃO DEPENDE APENAS NO CLIMA, MAS EM TODOS NÓS!

Quando houve na noite de Natal de 1995 o maior deslizamento de terra do Brasil nas encostas da Serra Geral, no Sul de Santa Catarina (www.deslizamento-timbedosul-sc.blogspot.com), a grande mídia e nem o Estado Brasileiro deu a devida atenção a tragédia que arrastou 29 pessoas das áreas rurais localizadas abaixo das encostas, sendo que grande parte dos corpos nunca foram encontrados. Agricultores sobreviventes da localidade de Figueira declararam na época que a tragédia começou depois que duas nuvens de ‘’cores diferentes’’ se chocaram caindo inteiras sobre as encostas dos Aparados da Serra Geral, atingindo as encostas de três municípios (Timbé do Sul, Jacinto Machado e Siderópolis) e destruindo tudo que tinha pela frente na bacia hidrográfica do rio Araranguá num trajeto de 40 km até o mar, entulhando a praia do Morro dos Conventos e Arroio do Silva, com troncos e toras de madeira num trecho de aproximadamente 20 km de extensão.
Diferentemente da tragédia de Angra dos Reis ou do Vale do Itajaí/SC, em 2008, na citada região atingida pelos deslizamentos não havia moradias embaixo dos morros ou em qualquer área considerada de risco, como também não havia desmatamento comprometedor nas encostas. O que intriga neste inusitado caso é a imensa quantidade de chuva num mesmo momento e numa mesma área de aproximadamente 15 km ainda preservada. Na época a gravidade do fato trouxe uma equipe de estudiosos da UFSC para avaliar durante uma semana o evento extremo que causou o gigante deslizamento, provocando prejuízos incalculáveis à agricultura e aos bens públicos dos municípios afetados, porém sem um parecer conclusivo sobre a causa da catástrofe climática.
O uso inadequado do solo tem acelerado e contribuído com os processos de deslizamentos principalmente em perímetros urbanos. A ganância infecciosa por um desenvolvimento desordenado tem causado o desequilíbrio do clima, seja pela indústria ou pela agricultura, com a ocorrência de tormentas, vendavais, enchentes, estiagens, ciclones extratropicais, tornados e furacões. Enquanto ainda muitos continuarem pensando que todos os eventos extremos são apenas fenômenos e desastres naturais e que o lucro está acima de tudo, não podemos esperar dos governantes atitudes e medidas para reduzir o impacto das tragédias, sejam elas climáticas ou não, que estatisticamente passarão a ocorrer com mais intensidade e frequência. Mais uma vez a comunicação é importante para sensibilizar os que ainda não perceberam que algo está mudando e mudando pra pior.
Baseados nas divergências entre os órgãos responsáveis pelas leituras meteorológicas, inclusive as feitas pelas redes de televisão, solicitamos ao Estado Catarinense e Brasileiro que estudos mais profundos, além da ciência da meteorologia, sejam realizados urgentemente. Estudos abrangendo a geofísica, a oceanografia, a sociologia ou qualquer outra ciência que venha esclarecer de vez a população atingida, de forma a orientar adequadamente a prevenção e adaptação às comunidades desprotegidas à força dos ventos e às que vivem em áreas de risco para enchentes e deslizamentos.
Infelizmente a comoção pública nestas tragédias é momentânea e muitos governantes tiram proveito político eleitoral, como também grande parte dos recursos não chegam ao adequado destino. Não existe uma investigação adequada quando se trata de verbas para catástrofes naturais, pois geralmente os ‘’espertos’’ que estão de olho na grana, incrivelmente apelam denunciando qualquer medida cautelar que promova seriedade na aplicação. Entidades denunciam, mas a mídia não publica ou divulga. A grande e média mídia de SC tem boicotado descaradamente denúncias e alertas quando se trata de meio ambiente. A alternativa que resta as ONGs por enquanto é a internet.
Não basta só mapear as áreas vulneráveis e as áreas de risco com o anúncio da implantação de medidas de prevenção e adaptação aos novos tempos que estão chegando, antes é preciso mudar os corações e mentes das pessoas, fazendo-as perceber que chegamos a um limite tal de exploração dos recursos naturais, no qual só deveríamos utilizá-los para atender as atuais necessidades sem, no entanto, prejudicar o direito das futuras gerações. Isto parece papo furado de ambientalista, mas é a mais perfeita avaliação do atual quadro geopolítico ambiental.
Desde o fato citado da noite de Natal de 1995, a divulgação pela mídia tem sido maior, até porque os eventos extremos têm ocorrido com mais frequência e intensidade, não apenas na região sul de SC. Se todos nós somos culpados pelo desequilíbrio ecológico, o setor das comunicações talvez seja um dos mais culpados, pois mantém contato diariamente com as pessoas de todas as faixas sociais e etárias. Nossas vidas, direta ou indiretamente, estão sujeitas a influência positiva ou negativa do que vemos, ouvimos ou lemos diariamente. A mídia ainda não percebeu o poder que têm ou sabe muito bem e oportunamente aproveita para manipular nossas vidas de acordo com seus interesses.
A mídia tem a função de informar com responsabilidade, divulgando não apenas os efeitos, mas investigando as causas para entenderem também como cidadãos. Coberturas oportunistas desviam atenção de debates mais sérios que poderiam levar os segmentos organizados da sociedade civil cobrar medidas eficazes dos governantes. Exploração do sentimento dos sobreviventes ou parentes, com entrevistas oportunistas poderia dar lugar a informações esclarecedoras sobre as causas e medidas preventivas. A sacada mais produtiva seria saber transmitir as catástrofes de tal forma que convencesse a opinião pública a não cometer mais erros, inclusive aos políticos / governantes. A mídia teria esta capacidade transformadora/revolucionária de informar educando a população, porém seus patrocinadores privados e governamentais não permitirão com receio que o lucro venha ser reduzido. Como então lidar com este conflito se a possível solução está na redução da degradação ambiental, caso específico da COP 15. Por isso insistimos que a mudança não está apenas no clima, mas em todos nós!

Tadeu Santos - Coordenador dos Sócios da Natureza – ONG Conselheira do CONAMA e FNMA- Biênio 2009/2011 pela Região Sul do Brasil. Araranguá - SC, 10/01/2010. Tel 48/35221818 – 48/99850053

26 novembro, 2009

CIDADANIA AMBIENTAL 24 de Novembro de 2009

Cidadania Ambiental
Tadeu Santos – Araranguá/SC, 25/11/2009.



FIXAÇÃO FOZ / BARRA NO SEU DEVIDO LUGAR...
Para nós a melhor notícia não foi apenas a assinatura do convênio entre a PMA e a CEF para a fixação da foz/barra do Rio Araranguá, no dia 20/11/09, mas a declaração do Eng. Edney, da Engera, na Assembléia do Comitê Araranguá (CGBHRA) no dia 17, quando anunciou a alternativa ambiental mais vantajosa para o local dos molhes próximo a Ilhas, atendendo a reivindicação da ONG Sócios da Natureza na reunião pública ocorrida em Ilhas e em vários documentos desde 2005. No nosso entender se mantivessem a proposta de construir mais próximo ao Morro dos Conventos dificilmente iria ser aprovado pelo órgão licenciador IBAMA, como também não seria do agrado da comunidade de Ilhas e do balneário do Morro dos Conventos. Indiscutivelmente mais ao sul o impacto ambiental é bem maior que ao norte da foz, faria com que o MPF solicitasse mais estudos, medidas mitigadoras e compensatórias ao empreendedor. O Secretário Nacional de Saneamento Ambiental Leodegar Tisckoski, o homem que viabilizou o recurso pra fixação, solicitou apoio a aprovação do projeto quando comentamos que propomos ao CGBHRA uma Moção de Apoio das 45 entidades mais importantes da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá, naturalmente desde que cumpram com a legislação ambiental e as diretrizes da Lei dos Recursos Hídricos nº 9.433/97, afinal sempre defendemos a fixação baseado num EIA-RIMA e num Projeto de Engenharia.
OBS. Como sempre os ‘eventos políticos’ são concorridíssimos e por vezes até hilários em função do oportunismo dos candidatos. Deveriam os mesmos agir com mais discrição e dispor de discurso fundamentado, com dados e informações precisas em relação ao tema específico.

ESTAMOS NUM CORREDOR CLIMÁTICO...
Mais uma vez a meteorologia falhou não enfatizando a violência do temporal/vendaval do dia 19 de novembro passado. Comprovadamente estamos num corredor de eventos de um clima em desequilíbrio, porém ainda não sabemos o porquê, por isso a importância da criação do Centro de Estudos Ambientais e Climáticos – CEAMCO, em Araranguá, através do TSGA que tem parceria com a UFSC, EMBRAPA e EPAGRI. Outro projeto voltado a mesma questão está à espera de aprovação na 22ª SDR/FAPESC, intitulado ‘’Estudos e Observatório do Clima no Sul de Santa Catarina’’. Se aprovado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico da 22ª SDR, uma equipe de profissionais locais formará um grupo de estudos com especialistas em meteorologia, geofísica, oceanografia, sociologia e outras ciências para identificar quais as reais causas da significativa frequência e intensidade de eventos do clima que vem ocorrendo na região. Se o recurso permitir será criado o Observatório do Clima no qual estamos encaminhando ofício ao Secretário Schmidt, atendendo ao requerimento do Vereador Anísio Premoli, que propõe a mudança da CIDASC e EPAGRI para o CETRAR, viabilizando no local a implantação do CEAMCO com o Observatório do Clima.
OBS. Participaremos no dia 24 em Fpolis do FCMCG/SDS e dia 25 em São Paulo de Seminário sobre preparação para COP 15 – Copenhagen.

CARVÃO AQUI NÃO!

O Poder Legislativo do Município de Araranguá aprovou, na noite de 18 de novembro de 2009, projeto que proíbe a extração e beneficiamento de carvão mineral em seu território. Ressalta-se aqui o empenho do Vereador Eduardo Chico Merêncio que buscou subsídios junto à sociedade civil organizada araranguaense para dar mais credibilidade e legitimidade à proposta, tanto que passou a ser uma bandeira de todos os vereadores da Casa Legislativa. Um exemplar ato de soberania e democracia. Esperamos que o Poder Executivo na pessoa do Prefeito Mariano Mazzuco sancione a Lei Municipal para que Araranguá, assim como Cocal do Sul e Orleans passe a ser o terceiro município da Região Carbonífera a não permitir a instalação de mina de carvão, como forma de preservar seus recursos naturais objetivando a promoção de mais qualidade de vida a população.

PARABÉNS SENADORA IDELI SALVATTI.
Ao cumprimentarmos a Senadora Ideli Salvatti na cerimônia do convênio PMA/CEF, a parabenizamos pela proposta de emenda que a comunidade ambientalista do Brasil esperava da Senadora Marina. Foi uma jogada de mestre que contará pontos positivos a sua trajetória política. Comentamos sobre os projetos citados acima, quando a Senadora acenou positivamente ser a favor, consequentemente então poderemos contar com apoio do seu mandato. Transcrevemos abaixo parte da matéria publicada no www.estadao.com.br
BRASÍLIA - A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) antecipou-se à colega Marina Silva (PV-AC) e incluiu hoje, em um projeto de lei, emenda estabelecendo o "compromisso nacional voluntário" do Brasil de reduzir emissões de gases-estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020. O tema foi inserido no projeto aprovado na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado que cria a Política Nacional sobre Mudança do Clima. Além disso, os senadores aprovaram o projeto que institui o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima.
A meta estabelecida para emissão de gases-estufa já havia sido anunciada pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, na semana passada. A senadora Marina Silva (PV-AC), ex-petista e ex-ministra do Meio Ambiente, manifestou então a intenção de incluir em lei esse compromisso. Hoje adversária de Marina, a petista Ideli Salvatti (SC) decidiu sair na frente e inseriu a proposta no mesmo projeto que cria a política nacional sobre clima.

Sócios da Natureza / ONG fundada em 1980, atualmente Conselheira do CONAMA pela Região Sul (SC,RS,PR) Biênio 2009/2011.

16 novembro, 2009

Cidadania Ambiental 15 de Novembro de 2009

Cidadania Ambiental
Tadeu Santos / Araranguá – SC, 15 de Novembro de 2009.


GOVERNO ESTADUAL LANÇA O FCMCG
É com grata satisfação que comunicamos a nossa participação como Conselheiro/Forista no FÓRUM CATARINENSE DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS - FCMCG, Presidido pelo Senhor Onofre Santo Agostini, Secretário da SDS. Nosso assento está sob a representação da Federação das Entidades Ecologistas Catarinenses – FEEC, no qual a Titularidade está com o Presidente Alexandre Lemos e a Suplência com a ONGSN. No dia 24 de Novembro participaremos de reunião em Florianópolis, quando na ocasião haverá palestra do Professor (Ex-Reitor) Antônio Diomário Queirós, Presidente da FAPESC sobre o tema: GRUPO TÉCNICO CIENTÍFICO – Objetivo e Ações. OBS. Uma das primeiras ações do FCMCG foi o lançamento de edital de licitação para inventário para Emissão de Gases Efeito Estufa em SC.

CENTRO AMBIENTAL E CLIMÁTICO – CEAMCO (Abreviatura provisória)
Sexta, dia 13 de Novembro de 2009 um grupo de representantes de entidades e órgãos se reuniram para tratar da criação de um Centro Ambiental e Climático, em Araranguá, porém com atuação regional, abrangendo a bacia hidrográfica do Araranguá e Mampituba. A idéia é resultado do projeto Tecnologias Sociais da Gestão da Água - TSGA, de autoria da UFSC, com apoio da EMBRAPA / EPAGRI e financiamento da Petrobrás. As 36 Estações Meteorológicas que estão sendo instaladas na bacia do Araranguá são provenientes do TSGA. As estações meteorológicas exemplificam perfeitamente o significado do que é uma tecnologia social. Por exemplo, todo cidadão com um celular poderá obter informações sobre as cheias da bacia do Araranguá. A possibilidade de redução do uso da água na irrigação da rizicultura é uma tese também bancada pelo TSGA. Se aprovado pela Coordenação do TSGA, inicialmente o CAMCO abrigará um espaço para a educação ambiental, laboratórios de pesquisa para agricultura e um observatório do clima.

Pró-COMITÊ DO MAMPITUBA
Reunião realizada dia 12/11/09 em Passo de Torres para dar continuidade à luta pela implantação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Mampituba contou com a presença da Diretora Viviane Pineli da Agência Nacional das Águas - ANA (Brasília), do Secretário Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul Berfran Rosado e do Diretor de Recursos Hídricos de Santa Catarina, Flávio Rene Victoria. A Coordenação dos trabalhos foi conduzida pelo Coordenador da Comissão Provisória Nabor Guazzelli, de Torres. Uma minuta denominada de Manifestação Conjunta dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul foi assinada pelas autoridades para ser encaminhada ao CNRH em Brasília na expectativa de que venha ser aprovada para então seguir a tramitação até o decreto presidencial, devido ao fato de ser um rio de âmbito federal.
OBS. Comunicamos, no entanto, que não concordamos com a forma como está sendo conduzido o processo sem a efetiva participação catarinense. Um Manifesto Público da ONG Sócios da Natureza está sendo elaborado.

FOLDER COMITÊ ARARANGUÁ
A atual administração do CGBHRA lança folder informativo sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá abordando as funções e objetivos do Comitê. Exemplares serão distribuídos na próxima Assembléia do Comitê. Entidades do setor produtivo e instituições da rede de ensino devem procurar a sede localizada no Cetrar ou solicitar via e-mail comiteararanguá@engeplus.com.br

O EXTREMO SUL ACORDOU?
Projetos em andamento, obras iniciando e em conclusão apontam a possibilidade de outro cenário para o Extremo Sul de Santa Catarina. Seria resultante da Duplicação da BR-101? Possivelmente a rodovia impulsiona o desenvolvimento tanto na esfera governamental quanto na iniciativa privada. O mérito se deve ao conjunto de fatores que envolvem o empenho dos Municípios, em conjunto e parceria com os órgãos do Estado e da União. Este novo cenário promoverá certamente mais riquezas, consequentemente mais geração de empregos, que culminam com mais qualidade de vida a população. Todas as propostas de integração regional devem ser levadas a sério pelas governanças e sociedade civil, para que os interesses de todos sejam atendidos de forma a garantir o direito e necessidades das futuras gerações.

10 novembro, 2009

CARTA II EFAMuC

CARTA II EFAMuC
Araranguá – SC, 09/11/09



A Coordenação do II ENCONTRO SOBRE FENÔMENOS NATURAIS, ADVERSIDADES E MUDANÇAS CLIMÁTICAS DA REGIÃO SUL (II EFAMuC) vem através desta carta inicialmente agradecer a todos participantes que prestigiaram o encontro e aos patrocinadores pelo significativo apoio dado a realização do evento, ocorrido nos dias 07 e 08 de Outubro de 2009, no Grêmio Fronteira, no município de Araranguá, sul de Santa Catarina.
OBS. Araranguá foi o Epicentro do furacão Catarina em 2004 e protagonista de três ocorrências climáticas no breve período da segunda quinzena de setembro passado (uma semana antes da realização do II EFAMuC), com a segunda maior enchente do rio Araranguá mais uma vez interrompendo o tráfego da rodovia BR-101, uma assustadora e destruidora chuva de granizo com pedras de 5 a 7 cm de diâmetro e um inesperado, violento e inédito tornado na história do município.
A contribuição dos apoiadores financeiros foi decisiva para o conforto da infra-estrutura oferecida aos participantes, mas principalmente ao desempenho dos painéis de enriquecido conteúdo e da didática sistemática de informações e esclarecimentos proporcionada aos mil participantes que se fizeram presentes nos dois dias do II EFAMuC. Observando que passa a ser, até prova em contrário, o maior evento sobre mudanças climáticas do país. A dinâmica dos painéis com competentes especialistas (sem serem celebridades, pois as mesmas recusaram convite) e testemunhos de SC e RS foi decididamente enriquecedora (e emocionante!), juntamente com os representativos stands ecológicos, a criativa instalação açoriana sobre a comunidade de Ilhas ameaçada pela elevação do nível do mar (do artista plástico Edi Balod), a exibição de filmes sobre as tragédias do clima, concluindo com um audiovisual (do diretor Marx Vamerlatti) que será exibido (com legenda em inglês) em Copenhagen/Dinamarca via Friends of the Earth (NAT).
Ninguém impedirá a ocorrência de fenômenos naturais, adversidades e mudanças climáticas no Estado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que são comprovadamente os mais afetados. Não temos como alterar a rota ‘’escolhida’’ como um dos corredores que mais

tem manifestado desequilíbrio do clima no país, mas as instituições governamentais e a sociedade civil organizada podem e devem promover mecanismos que possibilitem a redução dos impactos sociais, econômicos e ambientais, investindo em aspectos de prevenção e adaptação.
A instalação das estações meteorológicas na Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá e o Sensor/Bóia na costa do Oceano Atlântico, próximo ao epicentro do furacão Catarina, são instrumentos necessários e oportunos, porém é preciso mais, como a instalação de radares específicos para auxiliar na transmissão de dados e informações sobre a complicada climatologia do tempo.
Baseado na Relatoria do II EFAMuC destacamos os encaminhamentos mais contundentes, como a proposta da criação de uma equipe multidisciplinar de especialistas para a elaboração de um estudo sobre as causas que estão intensificando a frequencia das tragédias do clima na região mais afetada do Brasil pelas adversidades climáticas. O estudo proposto deverá ir além da ciência da meteorologia, avançando também na oceanografia, geofísica, geografia, biologia e sociologia, por exemplo. Durante o evento surgiu a idéia da criação do Observatório do Clima, baseado num trabalho do projeto Tecnologias Sociais para a Gestão da Água - TSGA (UFSC/EMBRAPA/EPAGRI). As duas propostas poderão avançar imediatamente se forem contempladas com o Edital da FAPESC sob a gestão da 22ª SDR.
A justificativa de um estudo mais abrangente recorre da insuficiência de explicações e esclarecimentos disponibilizados pela meteorologia. Quando ocorre um evento climático excepcional uma linha de meteorologistas atribui ao desmatamento da Amazônia que interfere no desequilíbrio do clima em SC, enquanto que uma outra diz que é resultante do aquecimento do Oceano Atlântico, já uma terceira afirma que é culpa do El nino. Outra ainda alerta que pode ser em conseqüência do calor emitido pelas chaminés da termelétrica Jorge Lacerda 856MW (situada exatamente no centro da região atingida), que evapora na atmosfera e ao encontrar frentes frias causa tornados e trombadas d’água, por exemplo.
Outros encaminhamentos da relatoria e da coordenação do II EFAMuC apontam a necessidade urgente de mudanças de hábitos e padrão de consumo da sociedade, como por exemplo economizando energia gerada a partir da queima de combustíveis fosseis. É preciso rever a legislação que trata dos planos diretores e código de obras em especial a construção de edificações preparadas para as ocorrências climáticas, concluindo com programas que atendam as populações que vivem em área de risco. Significativos alertas direcionam a implantação de políticas públicas que incentivem a plantação de árvores como proteção para as lavouras da mesma forma que sugerem dispositivos que proporcionem seguro às plantações agrícolas no caso de danos causados por fenômenos climáticos.

A coordenação ‘’tentará viabilizar’’ a transcrição de tudo o que foi discutido durante os dois dias com os comentários da Relatoria, com base nos documentos apresentados, nas fotos das tragédias e do público e nos comentários da mídia para a impressão de uma cartilha do II EFAMuC a ser distribuída para as pessoas que não tiveram condições de participar do encontro. A programação ainda consiste na realização de Oficinas Temáticas em pontos estratégicos das bacias hidrográficas mais afetadas pelas adversidades climáticas.
A realização do II EFAMuC objetivou o democrático debate e o consequente esclarecimento a população atingida e fez Araranguá sair na frente na corajosa discussão de um tema tão preocupante, pois se não for bem conduzido pode piorar a imagem do município e região junto à opinião pública estadual e nacional como cidade ou região não indicada para futuros investimentos privados e até mesmo vir a sofrer restrições na liberação de recursos oficiais.
Por outro lado a população afetada quer respostas à intensidade e frequencia das tragédias do clima que tantos prejuízos causam as suas vidas, com perdas humanas e econômicas, tanto urbanas quanto rurais.
O estudo resultará em um Plano de Prevenção e Adaptação as Tragédias do Clima e servirá como orientador para que todas as ações venham a ser tomadas de forma adequada e ordenada, reforçando a credibilidade e a legitimidade das reivindicações junto aos governos estadual e federal.
Para continuarmos na empreitada proposta esperamos continuar contando com a parceria da PMA, 22ª SDR, Defesa Civil Municipal, Regional e Estadual, CASA, AMESC, IF-SC, CGBHRA, CTMA/ALESC, Eletrosul, RBJA, Contato.Net, CEF, como também do apoio do Departamento de GeoCiências da UFSC e do Ministério Público.
OBS. A Câmara Temática de Meio Ambiente do FDESC, os Amigos da Terra / NAT e a ONG Sócios da Natureza agradecem.

www.efamuc.contato.net

‘’AS POPULAÇÕES AFETADAS PELAS TRAGÉDIAS DO CLIMA DE SC e RS, CONTINUAM QUERENDO RESPOSTAS!’’