12 fevereiro, 2008

Um Olhar Socioambiental sobre o Sul de Santa Catarina

SOM ALTO NO ARROIO
Domingo estávamos no Hugs, no Arroio, quando um folgado passou com uma camionete com um som tão alto que parecia um daqueles trios elétricos da Bahia, possivelmente acima de 100 decibéis. Algo assustador, pois o elemento estava sozinho no veiculo, diferente de um bloco trans-vestidos de alegria com um volume suportável. Com que direito este idiota impõe este desconforto aos ouvidos da população? Infratores, irresponsáveis e exibicionistas como este, existem aos ’’montes’’ no Arroio e em Araranguá. Com certeza dentro do veículo não estava tão alto (ou estava!). Talvez a solução para impedir esta baderna pública – que só a sociedade que está vendo e escutando, seja a doação de fones de ouvidos a estes motoristas que adoram divertir-se com som alto! Durante o carnaval no Arroio, constatou-se que a grande maioria da população não suporta mais, inclusive parte da juventude também acha que estão extrapolando no volume.
OBS. São estes tipos de moleques irresponsáveis que desobedecem a legislação que propiciam a ocorrência de acidentes como o que matou uma família inteira na semana passada.


O óbvio que mata. Paulatinamente, mas mata!
Não somos peritos em carvão, não somos técnicos e nem estudiosos, enfim não somos mestres ou doutores, mas não somos infantis ao ponto de não perceber que a exploração do carvão mineral é atualmente uma das atividades mais degradantes do meio ambiente. Os fatos e as fotos comprovam a brutal agressão aos recursos naturais da região sul de Santa Catarina. O pH da água coletada no rio Mãe Luzia, principal formador da bacia do rio Araranguá ou no rio Sangão da bacia do rio Urussanga, já seriam motivos suficientes para que a FATMA embargasse as mineradoras ou que o Ministério Público Federal acionasse juridicamente as mineradoras (SIECESC). A emissão de gases venenosos pelas chaminés da usina Jorge Lacerda são monitorados pela própria empresa (o infrator monitora a infração, Kafkiano, não!). Da queima do carvão mineral resultam SO² e NO² que comprometem a qualidade do ar que respiramos e provocam a temerosa chuva ácida que afeta a biodiversidade regional. O outro gás é o CO², responsável pelo desequilíbrio da camada de ozônio resultando na alteração da climatologia da terra. Estão nos matando, paulatinamente, mas estão!

Tão culpado quanto...
Quem tem poder e nada faz pra acabar com a poluição é tão culpado quanto o poluidor!
O Estado não existe entre outras coisas apenas para governar, mas também para disciplinar e orientar a população. Os humanos que trabalham para o Estado são chamados de servidores – diga-se originário da palavra servir. Servidor pode ser desde um humilde faxineiro de rua até um presidente da república. Uma significativa parcela dos servidores brasileiros faz jus ao salário que recebem, enquanto que uma outra não merece, uns por corrupção outros por improbidade administrativa. Muitos não gostam de serem denominados de servidores, mas de outros prenomes como cargos ou conquistas de carreira – o que não vem ao caso estarmos a discutir. O que realmente queremos é o que os servidores cumpram com seus deveres e obrigações e façam com que a população cumpra a legislação, enfim que sejam honestos e competentes. Só isso! Nada mais.

Vênus
Longe de ser o suave paraíso que alguns imaginavam. Vênus é o lugar do sistema solar que mais lembra o inferno. Mas hoje, como antigamente, há viajantes que ousariam visitar o inferno. A razão de Vênus ser um inferno que parece, é o efeito estufa. A luz do sol penetra as nuvens e aquece a superfície, mas a densa atmosfera a abafa, não deixando que ela elimine o calor. Extraído do DVD COSMOS de Carl Sagan (1934 – 1996)


Vote na enquete energias poluentes no blog http://www.usitesc.blogspot.com/ e pra quem gosta de cinema no blog http://www.vamerlattis.blogspot.com/

04 fevereiro, 2008

Um Olhar Socioambiental sobre o Sul de Santa Catarina

O QUE JÁ FIZEMOS?
O que realmente a ONG Sócios da Natureza já fez pela natureza e por uma melhor qualidade de vida para a região sul de Santa Catarina? É possível quantificar, mensurar ou relacionar?
Entendemos ser impossível quantificar ou mensurar, mas é possível enumerar as ações realizadas pela ONGSN ou no qual a mesma participou de uma forma ou de outra. No blog www.sociosdanatureza.blogspot.com consta a relação das principais atividades da ONGSN desde 1980 até o final de dezembro de 2007 (mas ainda incompleta). No blog www.aramericano.blogspot.com constam os informativos socioambientais de Araranguá e região sul de SC e no blog www.tadeusantos.blogspot.com constam alguns textos e artigos sobre a posição geopolítica da ONG e de seus integrantes. Quem estiver interessado em conhecer a performance dos Sócios da Natureza acesse os blogs e tirem as suas conclusões antes de emitir opiniões favoráveis ou desfavoráveis.
OBS. Ainda não temos um site, mas estamos batalhando para obter, enquanto isso utilizamos os blogs gratuitos do Google.

ACESSO MORRO E ARROIO
Concordo com os moradores e veranistas do Morro dos Conventos que não querem a ligação lajotada ou asfáltica porque irremediavelmente aumentarão os índices de barulho no balneário, principalmente os promovidos por veículos, mas entendo também que a ligação deve ser melhorada. Acho que o desenvolvimento dos dois balneários depende desta ligação pública e preferencialmente que seja de qualidade. Tão importante também é o acesso de Ilhas a Barra Velha. O desenvolvimento trás benefícios, mas junto sempre vem encrenca quando não é planejado ou sem ordenação, por isso insistimos na urgente discussão do Plano Diretor em Araranguá. Como os moradores do Morro preocupam-se com os possíveis barulhos dos folgados e irresponsáveis, Ilhas corre o risco de invasão imobiliária já que é um paraíso ainda não descoberto. Se não houver planejamento no uso do solo e ordenação na expansão urbana da localidade, haverão seríssimas agressões ambientais e a comunidade nativa será ’’expulsa’’, pois serão seduzidos pelas propostas imobiliárias.
OBS. Alguém não está gostando do que escrevemos sobre poluição sonora, pois parece que estão ‘’perseguindo-me’’ como fazem os poluidores do carvão!

LUIS FERNANDO VERISSIMO - O MÚSICO.
Durante o show, o artista Luis Fernando Veríssimo anunciou que estava lançado um novo CD e que estaria à venda com o empresário ali presente. Terminada a apresentação do ‘’JAZZ 6’’ no palco da LOOP, em Torres, adquiri o CD e me dirigi ao escritor Luis Fernando Veríssimo para autografá-lo. Enquanto assinava comentei que a minha frustração em não poder assistir o Woody Allen tocar em Nova York havia acabado ao assisti-lo! Que admirava toda sua obra e até tolerava por ser colorado, mas não concordava com alguns posicionamentos ligados ao meio ambiente. Nada comentou, mas na seqüência conversando com o empresário a respeito de uma possível vinda do JAZZ 6 ao sul de Santa Catarina através da Zions Comunicação, repentinamente informou que estarão adotando uma linha ambiental nas apresentações, não entendi muito bem e na agitação não deu para conversarmos mais sobre o que realmente seria esta preocupação ambiental.
Na seqüência houve apresentação da banda do também portoalegrense Fernando Noronha & Black Soul com uma excelente mistura de ritmos fortes de rock e blues que lembraram a saborosa banda Trouble Man do araranguaense Mauricio.

O ÓBVIO QUE MATA. PAULATINAMENTE, MAS MATA!
Não somos peritos em carvão, não somos técnicos e nem estudiosos, enfim não somos mestres ou doutores, mas não somos infantis ao ponto de não perceber que a exploração do carvão mineral é atualmente uma das atividades mais degradantes do meio ambiente. Os fatos e as fotos comprovam a brutal agressão aos recursos naturais da região sul de Santa Catarina. O pH da água coletada no rio Mãe Luzia, principal formador da bacia do rio Araranguá ou no rio Sangão da bacia do rio Urussanga, já seriam motivos suficientes para que a FATMA embargasse as mineradoras ou para que o Ministério Público Federal acionasse juridicamente as mineradoras (SIECESC). A emissão de gases venenosos pelas chaminés da usina Jorge Lacerda são monitorados pela própria empresa (o infrator monitora a infração, Kafkiano, não!). Da queima do carvão mineral resultam SO² e NO² que comprometem a qualidade do ar que respiramos e provocam a temerosa chuva ácida que afeta a biodiversidade regional. O outro gás é o CO², responsável pelo desequilíbrio da camada de ozônio resultando na alteração da climatologia da terra. Estão nos matando, paulatinamente, mas estão!

Informações mais completas sobre os temas abordados acesse os blogs:
www.sociosdanatureza.blogspot.com e www.aramericano.blogspot.com


OBS. UM QUESTIONAMENTO OPORTUNO: QUEM MAIS POLUI O MEIO AMBIENTE EM ARARANGUÁ?



CIRCULAR COM SOM ALTO TAMBÉM É CRIME!
Circular com som alto nas vias públicas é tão grave quanto consumir drogas altamente perigosas, então é possível que os infratores estejam fazendo as duas coisas simultaneamente em Araranguá ou uma espécie exibicionista de dizer ‘’cheguei’’. Pra fazer o que fazem é preciso muita coragem, ‘’cara de pau’’ ou estar induzido a bagunçar! Não somos só nós que reclamamos, ultimamente tem aumentado o número de pessoas exercendo cidadania, que com coragem denunciam os folgados que não respeitam o direito dos outros. As autoridades não tem dado atenção as reclamaçoes da sociedade civil, não há rigor na aplicação da lei, permitindo assim que os desobedientes continuem a determinar qual o tipo de música que devemos ouvir ‘’na marra’’ (além das propagandas sonoras e zunidos de motos acima do permitido). A mesma imposição que os poluidores do carvão fazem aos recursos hidricos do rio Araranguá, isto é, poluem nossas águas em nome do lucro e novamente as autoridades nada fazem! Tanto lá quanto aqui os poluidores se acham ‘’imunes e impunes’’. O que fazer? Continuarmos calados pra que façam mais barulho?
Coordenação da ONG Sócios da Natureza.

VIADUTO SOBRE O DESVIO E O ACESSO NORTE.
O Deputado Décio Góes nos repassou informação obtida junto ao Diretor do DNIT, Eng. João Jose dos Santos, que a estrutura do desvio de Araranguá definitivamente será com elevado (portanto sem aterro) e com um acesso ao perímetro urbano após o início do desvio na família Carneiro. Esclareceu ainda que a demora da definição se deve a análise do Tribunal de Contas da União TCU, já que houve um acréscimo de 17 milhões do valor original da obra. Tão logo haja liberação do TCU, o mandato do Deputado juntamente com a Assembléia Legislativa irá promover uma ‘’audiência pública’’ em parceria com o DNIT, para finalmente a sociedade araranguaense conhecer os detalhes do ‘’desvio da BR-101’’, onde começa, onde termina, onde será a nossa segunda ponte sobre o rio Araranguá, entre outras especificações técnicas e urbanísticas. OBS. A CODESC também finalmente marcou data para os editais dos Planos Diretores dos municípios da AMESC, apesar de não confiarmos nesta ‘’jogada administrativa’’, afinal a CODESC foi criada pra cuidar de loterias...

OS PESQUEIROS E A MATA CILIAR DO RIO ARARANGUÁ
Todo cidadão tem direito à pescar nos rios, lagos e mares, principalmente se forem para o seu sustento, mas desde que obedeça a legislação. Adaptar-se às exigências da lei é complicado, às vezes nem tanto para os que realmente precisam, pois se organizam e sabem que dependem daquilo pra sobreviver, mas para os que pescam mais por esporte, a legislação é sempre um empecilho e por isso a burlam frequentemente. A solução mais adequada ainda é a construção de pesqueiros coletivos públicos de concreto com instalações sanitárias, lixeiras e a implantação de um programa de educação ambiental para todos os inscritos, óbvio que só é possível a utilização pública das margens dos rios (APP) através de um Termo de Ajuste de Condutas TAC. Por outro lado, alertamos para a necessidade de uma Audiência Pública sobre qualquer decisão que venha ser adotada, na qual também a sociedade possa se manifestar a respeito do uso das margens do Rio Araranguá.

CARVÃO - A PERMANENTE AMEAÇA ÀS NOSSAS VIDAS.
Primeiro foi o Tomalsquini da EPE e agora é o Kelmann da ANEL ameaçando com as térmicas a carvão caso não consigam empurrar goela abaixo as grandes hidrelétricas na Amazônia (Hidrelétricas mais para atender indústrias do metal e aço pra exportação – aramericano.blogspot.com). Ora, já não basta o insistente e assustador pânico causado pelos mineradores carboníferos, agora vem o governo chantagear e intimidar em vez de debater com a sociedade brasileira o modelo de desenvolvimento que queremos, nossas reais necessidades e os impactos socioambientais. Estudos comprovam que a ‘’repontencialização’’ resolve a ansiedade dos técnicos do governo em relação ao apagão e atende a demanda brasileira enquanto aguardam-se os resultados dos investimentos nas fontes renováveis, como as eólicas, por exemplo!


NATAL VERÃO E O DESVIO PELA VIDA DA DUPLICAÇÃO DA BR-101 EM ARARANGUÁ

Idealizada e criada para ser uma festa comunitária, popular e de encanto, de integração e lazer, com objetivo de também divulgar Araranguá e suas potencialidades, assim foi a interpretação que fiz da idéia original do médico Marco Burigo, em meados de 1998, exatamente na mesma época que surgiu a idéia do desvio, do qual, diga-se já começamos a escrever a história desta significativa conquista da sociedade civil organizada araranguaense.

O projeto inicial do Natal Verão foi tão convincente e original que convidei o Burigo para apresentar no COMTUR (na época presidido pelo Pedro Gaspar/Golférias) de onde surgiram outras e outras reuniões até a realização do primeiro evento.

O Burigo se espelhava muito na dinâmica de Gramado, com uma programação festiva acompanhada de eventos culturais e o fortalecimento do folclore local, a valorização do período natalino no imaginário popular e na busca de valores éticos e sociais da cidadania, concluindo com o embelezamento da cidade e do acesso ao Morro dos Conventos, por exemplo. Lembro que uma das minhas contribuições foi a inserção da chegada do Papai Noel pelo rio Araranguá, mas infelizmente não cheguei a participar da comissão oficial por questões de estratégias ‘’políticas’’ com alguns integrantes do grupo, mas mesmo assim acho que a primeira edição foi maravilhosa e tinha tudo para melhorar ainda mais não fossem as interferências despropositadas.

Proponho o resgate do Natal Verão como havia sido imaginado originalmente, porque da forma como está sendo realizado não é mais o ‘’Natal Verão’’, mas apenas uma festa, que pouco tem de espírito natalino. Tenho um amigo que não acredita mais num ordenamento de projetos para o desenvolvimento de Araranguá por questões ‘’culturais’’ dentre outras razões, enquanto que ainda acredito, basta ver o exemplo do desvio da duplicação e a recente criação da Fundação Ambiental FAMA ou o exemplo do processo de criação das Unidades de Conservação, que pouco falta pra ser concluído. É preciso acreditar que tudo é possível desde que haja tentativas de mudança, pois não havendo projetos sérios e abrangentes o município não evoluirá do tamanho de suas potencialidades. Precisamos urgentemente repensar Araranguá porque senão em breve perderemos a posição de município pólo do vale para o Turvo ou para o Sombrio, que diga-se já estão ultrapassando Araranguá em alguns setores.

Como a Arte é tudo menos qualquer coisa, os interesses, objetivos e metas que realmente trazem benefício ao coletivo devem ser rediscutidos, porque sem cultura e educação a população passa a ser refém do capitalismo selvagem que nada faz senão a busca do lucro – a tal de ganância infecciosa que o guru do Banco Central Americano Alan Greespan tão bem definiu. Partindo deste principio, desafio a rediscussão e a elaboração de um projeto de desenvolvimento para Araranguá. Um projeto com a participação de toda a sociedade civil e produtiva, algo que crie impacto na opinião pública, que mexa com os corações e mentes das pessoas, enfim, as definições vocacionais que nortearão o desenvolvimento sustentável e ordenado do município de Araranguá. Poder-se-ia começar com a implantação do processo de criação e atualização do Plano Diretor, por exemplo!

OBS. Parece que o imbróglio entre o DNIT e a CODESC está para ser resolvido e finalmente os municípios terão seus Planos Diretores. O problema desta medida compensatória é a forma impositiva como os municípios receberão o projeto do Plano Diretor. Se a sociedade civil, MP e as administrações municipais não estiverem atentas, as empresas vencedoras da licitação entregarão ‘’PACOTES’’ prontos de PD.

EXTREMO MAU GOSTO
Nota zero em educação e 10 para o mau gosto dos tais proprietários "folgados" de veículos atulhados de alto-falantes. Proliferando por todas as praias e locais, eles estacionam em áreas comuns, abrem o bagageiro e dá-lhe som a todo volume, obrigando todo mundo ao redor a ouvir, muitas vezes, o que não querem. Geralmente músicas regionalistas ou o tal de funk brabo, que agridem ouvidos mais sensíveis, perturbando a paz.
O desabafo acima não é meu, mas do colunista Cacau Menezes, publicado no dia 04/01/08 no DC. Aposto que a moda começou aqui no Arroio do Silva, em frente ao Paulista, por volta de 1995, quando jovens disputavam quem poluía mais, eles ou o córrego que deságua no mar. Nossa luta contra esta desobediência civil vem desde 2000, quando publicamos as primeiras reclamações. Estamos sendo processados por um promotor de justiça e um comandante da polícia militar porque desabafamos que as autoridades não estavam tendo competência para solucionar o gravíssimo problema da poluição em Araranguá. Estes ‘’folgados’’, citados pelo colunista, existem aos montes aqui em Araranguá e região, e pior ainda, circulam pelas vias públicas diariamente importunando o trabalho e perturbando o sossego das pessoas, inclusive nas madrugadas dos finais de semana, causando pânico e sobressalto na população que repousa, principalmente em crianças e idosos.