Este espaço foi criado com objetivo de provocar o debate, a aproximação, a crítica, a troca de informações e idéias, como também a pesquisa de questões socioambientais da região sul de Santa Catarina. Considerada uma das 14 áreas mais críticas ambientalmente do país em consequência da poluição gerada pela atividade carbonífera, é também castigada pela violência das águas e dos ventos, com enchentes que destroem e matam, além de ser epicentro do furacão Catarina - o primeiro do Atlântico Sul.
30 maio, 2017
SOCIOAMBIENTALISMO: A CORRUPÇÃO ESTÁ NO ’DNA’ DA POLÍTICA PARTIDÁRIA B...
SOCIOAMBIENTALISMO: A CORRUPÇÃO ESTÁ NO ’DNA’ DA POLÍTICA PARTIDÁRIA B...: A CORRUPÇÃO ESTÁ NO ’DNA’ DA POLÍTICA PARTIDÁRIA BRASILEIRA...!!! Parte III (Para melhor entender minha singela opinião, favor ler an...
17 maio, 2017
SOCIOAMBIENTALISMO: E SE OS ESTADOS UNIDOS ABANDONAREM O ACORDO DE PAR...
SOCIOAMBIENTALISMO: E SE OS ESTADOS UNIDOS ABANDONAREM O ACORDO DE PAR...: OBS. Oportuno artigo do cientista pesquisador Carlos Nobre do INPE. Que a comparação de um erro cometido por um determinado presiden...
E SE OS ESTADOS UNIDOS ABANDONAREM O ACORDO DE PARIS?
OBS. Oportuno artigo do cientista pesquisador Carlos Nobre do
INPE.
Que a comparação de um
erro cometido por um determinado presidente, sirva de alerta aos defensores da
poluente atividade carbonífera do sul de SC, que explora irresponsavelmente o
''carvão mineral'', com uma ganância infecciosa incontrolável, ou seja, da
forma mais suja possível contaminando os cursos d’água de três bacias
hidrográficas...!!!
Um crime ambiental
imperdoável.
Um candidato à presidência de um país nega, durante campanha eleitoral, consenso científico amplamente estabelecido em décadas de pesquisas sérias sobre fatos de grande impacto global. Após ser eleito, mantém posição ambígua e nomeia negacionistas como altos dirigentes de seu governo. Esses dão visibilidade a uma minoria de “cientistas” negacionistas e suspendem – ou atrasam – a implementação de políticas públicas de mitigação.
A descrição caberia nas palavras, ações e intenções do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas refere-se, na verdade, ao que aconteceu entre 1999 e 2008 na África do Sul, durante a presidência de Thabo Mbeki. O dirigente sul-africano negou obstinadamente que o vírus HIV fosse a causa da AIDS e, com isso, atrasou em uma década o uso de antirretrovirais no sistema público de saúde do país.
Alguém poderia atribuir tamanho obscurantismo científico a um baixo grau de desenvolvimento de um país, com diminuta capacidade de apropriação da melhor ciência para benefício da população. Ou poderia dizer que tal postura seria típica de regimes totalitários, em que a ciência deve conformar-se à ideologia. Esse teria sido o caso, por exemplo, de Trofim Lysenko, presidente da Academia de Ciências Agrícolas da União Soviética, negando a genética mendeliana e atrasando o avanço da agricultura local entre 1920 e 1964.
Entretanto, um exemplo de obscurantismo científico no que toca à política e às mudanças climáticas acontece hoje nos Estados Unidos, país que é a grande potência científica mundial, cuja comunidade de pesquisadores é a que mais contribui para o avanço do conhecimento sobre o aquecimento global antropogênico e as mudanças do clima no planeta.
Contraponha o cenário atual ao legado do ex-presidente americano Barack Obama. Em 2015, na construção de consensos meses antes da Conferência do Clima da ONU, em Paris, os Estados Unidos firmaram vários acordos bilaterais. Um deles com o Brasil. Em junho daquele ano, os presidentes dos dois países assinaram acordo de cooperação para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. O documento estabelece, por exemplo, as metas de 33% de energias renováveis na matriz energética brasileira e de 20% de renováveis na matriz elétrica – além da contribuição da hidroeletricidade em ambas metas – até 2030. O acordo prevê também parcerias para tornar a agricultura de ambos os países mais produtiva e com menos emissões.
Se a administração Trump der as costas ao histórico Acordo de Paris, de 2015, as consequências diplomáticas serão imensas e negativas para os Estados Unidos em todas as dimensões – e numa escala muito maior do que foram as repercussões diplomáticas desfavoráveis quando George W. Bush retirou o país do Protocolo de Kyoto, em 2001, como admitido pelo próprio ex-secretário de Estado, Collin Powell. O ex-presidente chegou a dizer meses depois do ocorrido que um dos motivos para ter rejeitado Kyoto era que o protocolo prejudicava a economia americana.
Dezesseis anos mais tarde, Donald Trump volta a usar um discurso semelhante como justificativa. Mas o estilo imprevisível do atual presidente americano não permite antever se sua administração chegará ao extremo de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris. Inegável é que, desde que assumiu a Casa Branca, o republicano escolheu negacionistas do aquecimento global para desempenhar altas funções, um claro sinal de retrocesso no ritmo de implementação das medidas de redução de emissões necessárias para atingir as metas preconizadas em Paris, de manter o aumento da temperatura global abaixo de 2°C.
O lado otimista da história é que o movimento mundial de desinvestimento em termoelétricas a carvão pode ser mesmo um caminho sem volta – e, então, não caberiam retrocessos. Além disso, está suficientemente demonstrado por fatos econômicos que as energias renováveis têm potencial para gerar milhões de empregos nos Estados Unidos e sua adoção em massa, longe de impedir o crescimento do país, impulsionará o desenvolvimento da gigantesca economia americana. Centenas de empresas e investidores americanos chegaram a pedir durante a campanha eleitoral que a Casa Branca não abandonasse o acordo climático, afirmando que o fracasso dos Estados Unidos em construir uma economia de baixo carbono ameaçaria a prosperidade nacional.
Mas o risco de os Estados Unidos deixarem o Acordo de Paris existe. Se isso acontecer – ou se o país colocar o pé no freio de sua implementação –, outros países já se preparam para ocupar o vácuo, principalmente China e Alemanha, projetando-se como líderes mundiais em tecnologias limpas.
Ainda que a cooperação científica e tecnológica com os Estados Unidos na questão climática, energética e agrícola seja de interesse estratégico para o Brasil, teremos que seguir adiante o curso do protagonismo que construímos em ações concretas de mitigação das mudanças climáticas. Não nos faltam desafios nessa área, como o de reduzir urgentemente o desmatamento na Amazônia e no Cerrado, e aumentar em muito a presença das novas energias renováveis em nossa matriz energética.
O obscurantismo do presidente Mbeki custou a vida de mais de 330 mil sul-africanos, que não tiveram acesso aos antirretrovirais capazes de lhes prolongar a vida. A irresponsável cegueira do presidente Trump na questão climática poderá ter um impacto infinitamente maior e por muitas décadas ou séculos para o planeta Terra e todas as espécies vivas, inclusive o Homo sapiens, se ultrapassarmos algum limite planetário sem volta.
* Carlos Nobre é climatologista, membro da Academia Brasileira de Ciências, membro-estrangeiro da Academia de Ciências dos Estados Unidos e senior fellow do WRI Brasil
Colaboração de Suzana Lakatos, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 03/04/2017
"E se os Estados Unidos abandonarem o Acordo de Paris? artigo de Carlos Nobre," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 3/04/2017, https://www.ecodebate.com.br/2017/04/03/e-se-os-estados-unidos-abandonarem-o-acordo-de-paris-artigo-de-carlos-nobre/.
[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]
Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário da revista eletrônica EcoDebate, ISSN 2446-9394,
02 maio, 2017
DOCUMENTO ENTREGUE AO PREFEITO DE ARARANGUÁ MARIANO MAZZUCO
Araranguá
– SC, 27/04/2017.
PREZADO SENHOR MARIANO MAZZUCO NETO
PREFEITO DE ARARANGUÁ – SC
Como
representante dos ambientalistas ‘Sócios da Natureza’, entidade sem fins
lucrativos e de reconhecida atuação socioambiental nas últimas décadas em
Araranguá, venho através deste documento colocar a vossa senhoria algumas
questões de relevância relacionados a temáticas ecológicas para a sua avaliação
e análise junto a sua equipe de trabalho na administração municipal de
Araranguá.
Destacamos
as abordagens relacionadas ao Conselho Ambiental do Município de Araranguá
COAMA, o parlamento verde deste município como solicitante deste encontro
enquanto presidente em final de mandato, que será considerado formalmente com
uma ‘reunião extraordinária’ em um local especial com a presença do mandatário
do Poder Executivo Municipal. Os temas a serem abordados constam no documento
protocolado pelo Secretário Executivo Paulo Baran, com a devida aprovação dos
conselheiros, do qual nós destacamos o conflito pelo inadequado uso e ocupação
do Morro Azul, conforme foto em anexo.
Como
segundo tema, sem ser por ordem prioritária, enfatizamos que temos muito
interesse, como é de vosso conhecimento, na continuidade do decreto de criação
das Unidades de Conservação (UC), historicamente assinados pelo ex-prefeito
Sandro Maciel no final de 2016.
Reconhecemos
que o Projeto Orla viabilizou a criação das UCs e contribuiu com princípios e
diretrizes ao Plano Diretor, no entanto, queremos aqui deixar claro de forma
cartorial que não apenas a ideia, mas os mapas utilizados foram baseados nos
estudos elaborados pela consultoria Socioambiental e patrocinados pela AMESC,
que na ocasião mantinha o FDESC, do qual a ONGSN era a coordenadora do meio
ambiente e propositora das UCs da região sul. A proposta das UCs tinha o
objetivo de conseguir recursos financeiros das medidas compensatórias da obra
de duplicação da BR-101 para os ecossistemas impactados no trecho Araranguá /
Passo de Torres, que não obtivemos apenas por questão de prazo.
Na última viagem a Brasília no dia
15/03/17 para participar da 124 Plenária do CONAMA, para debater/lutar pela
aprovação da nossa proposta de MOÇÃO DE APOIO À RECICLAGEM, cópia em anexo,
tivemos a oportunidade de conversar pausadamente com o deputado Esperidião
Amin, desde lembranças passadas sobre Praia Grande, a polêmica sobre acesso ao
aeroporto Hercílio Luz, o movimento pelo contorno da 101 em Araranguá, mas o
que mais o fascinou foi a criação das Unidades de Conservação (UC) do Morro dos
Conventos, como o primeiro ‘’Monumento Natural do Estado de Santa Catarina’’ e
da APA de Ilhas.
Caro
Mariano, sabes que sou politicamente apartidário e assim sempre serei, porém
ainda acredito nas pessoas e as colocações do Amin deixaram-me entusiasmados
com a promessa de obter recursos via emendas parlamentares para o custeio dos
Planos de Manejo das três Unidades de Conservação (UC). Ao final da reunião o
ex-governador enfaticamente me cobrou que não esquecesse de falar com o
prefeito Mariano para mandar um projeto ao seu gabinete solicitando o recurso
para viabilizar as UCs de Araranguá.
Como
é de vosso conhecimento a decisão do TRF4 nos surpreendeu em determinar a
proibição do trânsito de veículos automotores na praia, entre o Morro dos
Conventos e a Foz/Barra do Rio Araranguá. Havíamos, na época, ano de 2012,
solicitado ao MPF mais rigor com os baderneiros, mas a justiça entendeu como
única forma de acabar com a baderna das festas raves que estavam dominando a
orla marítima com intensa poluição de lixo jogado na natureza, de som
automotivo extrapolando os decibéis permitidos, de competição de carros e motos
no local que não é apropriado para tais manobras perigosas, tanto que os
caminhantes reclamavam do perigo, além de outras drogas pesadas em todo o
trecho. Assim decidiram não mais
permitir o trânsito de veículos, com exceção dos autorizados pela FAMA.
Houveram
reclamações, mas os benefícios desmontou a opinião de muita gente, pois o local
ficou mais seguro e voltou a haver equilíbrio ecológico para a vida marinha
local, como também para as aves migratórias. Entendemos que se faz necessário
urgentemente um programa de adaptação para a mobilidade nesta área de intenso
valor eco turístico, que pode e deve ser através dos planos de manejo, uma
forma democrática e legítima de regulamentar o uso e ocupação das áreas, sejam
do Morro dos Conventos quanto do Morro Agudo e de Ilhas.
Através
de um recurso do fundo CASA conseguimos implantar um projeto de painéis
ecoturísticos na Orla de Araranguá, conforme fotos em anexo. A parceria foi
realizada com o Grupo de Estudos Geoecológicos da Costa de Araranguá e que se
não fosse a intransigência de uma das integrantes, o Projeto de Roteiro
Geoecológico poderia ter ficado bem melhor e mais atrativo.
Por
último reivindicamos a convocação do ‘’Conselho das Cidades’’ baseado na Lei
10.257/01, que rege o Estatuto das Cidades, pois é inconcebível a omissão da
prefeitura em implantar este instrumento legal, participativo e inovador para
acompanhar o desenvolvimento do Plano Diretor de Araranguá.
E
para finalizar solicitamos sua atenção quanto a implantação da escultura
conforme desenho em anexo, simbolizando a conquista do contorno da rodovia
BR-101 em Araranguá, a ser implantada no trevo Becker.
Atenciosamente
Tadêu Santos
Coordenador Geral
Araranguá – SC, 27/04/2017
Sócios da Natureza
Organização
Não-Governamental Ambientalista
/////////////////////////////////////////
/////////////////////////////////////////
Assinar:
Postagens (Atom)