20 novembro, 2008

APENAS UM MODESTO COMENTÁRIO

APENAS UM MODESTO COMENTÁRIO...


Meu amigo Celso de Souza, exemplar cidadão araranguaense, professor de educação física, ex-vereador do PT, agora filiado no PSTU, é atualmente uma das pessoas do qual mais converso sobre política ideológica, partidária, meio ambiente, religião, filosofia, entre tantas outras amenidades do cotidiano das nossas vidas e de outras também. Vez ou outra divergimos sobre pontos de vistas diferenciados, mas o que seria do Internacional e do Flamengo se todos gostassem só do Grêmio!!!

Vejo no Celso um lado carismático e de encanto espiritual que precisa aprimorar-se e adaptar-se melhor as intempéries da vida, vejo-o também como um cidadão comum, mas carinhosamente popular, ou seja, uma potencialidade política que deveria ser direcionada mais intensamente às causas sociais e ambientais, por exemplo. Porém não estou convencido de que esta possibilidade seja pelo PSTU, considerando que Araranguá não comporta a ousada e visionária proposta política, mas sim através de outras siglas ‘’tidas como de esquerda’’ como o PSOL ou mesmo o PCB. Esta conceituação perdeu o sentido, valeu pra época da ditadura militar, atualmente conheço pessoas políticas engajadas em partidos originados da ex-UDN e/ou PSD que agem brilhantemente como esquerdistas, ou seja, não são da direita.

Noutras épocas já o havia entusiasmado a continuar tentando a vida pública partidária, mas aparentemente desistiu após a tentativa de reeleger-se vereador. Recentemente voltei a tocar no assunto e declarou que não é através do voto que se promoverão as mudanças sociais almejadas, mas através da conscientização política das pessoas, ou seja, dos corações e mentes, na mesma linha do qual também defendo, porém discordo que a responsabilidade tenha que ser apenas dos movimentos sociais, digam-se os de profundidade ideológica. Os partidos também têm que rever seus conceitos e diretrizes, assimilarem os apontamentos e denúncias dos segmentos organizados da sociedade civil, enfim voltarem a adquirir credibilidade junto à opinião pública.
Venho tendo uma ferrenha, mas saudável discussão com o Zaga Inácio, um outro grande amigo desde os primórdios da Praia Grande, nesta mesma linha de raciocínio, quando o mesmo defende que somente através dos partidos políticos fortes e organizados é que as mudanças sociais serão possíveis. Não concordo muito com a tese, primeiro porque não acredito na grande maioria dos políticos, pois são raros os que priorizam os interesses do coletivo. Na verdade uma grande maioria é respeitada pelas imensas posses. Raros são os que conquistam respeito pelas ações que beneficiam as comunidades mais necessitadas e protegem o meio ambiente.

Os atuais sistemas vigentes de governança são injustos e incompletos, por um lado o capitalista explora brutalmente o trabalho do homem (a mais valia), enquanto que o socialista obstrui a liberdade do homem de manifestar-se e de ir e vir! Tanto um quanto outro possuem discursos atrativos, mas quando chegam ao poder são corrompidos de uma forma ou de outra. Ambos ao final do processo estabelecido acabam privilegiando as classes dominantes do capital e do comando político partidário. Acuso os idealizadores do capitalismo selvagem que fecundaram Bush, Thatcher, GM, Coca Cola, Exxon, Microsoft, detentores de uma riqueza exploratória, fictícia e imoral como também acuso as práticas opressoras de Stalin, Mao e Fidel, mas continuo a ser um entusiasta do socialismo idealizado por Karl Marx e Friedrich Engels. Acredito que novos paradigmas ainda vislumbrarão perspectivas melhores para a vivência da humanidade no planeta Terra!

“É possível enganar alguns durante muito tempo; é possível enganar muitos durante algum tempo; mas não é possível enganar todos durante todo o tempo”, de acordo com o estadista Abraham Lincoln.

Quem sabe a terceira via estará numa espécie de ‘’socioambientalismo’’ – o da sobrevivência não só da humanidade, mas da natureza também, ou seja, quando o homem perceber que depois das florestas destruídas, depois dos rios e mares poluídos, do ar contaminado, da terra tornar-se improdutiva e a gradativa ocorrência de catástrofes ambientais, concluirá que o dinheiro não se come! Já as obras de ficção cientifica, tanto literárias quanto cinematográficas, prevêem o caos, mas sob o domínio de grandes corporações! É preocupante!
Acredito mais nas pessoas, nas que carregam consigo dosagens de ética e bondade, de boas intenções e sinceridade, de coragem e determinação e de muita franqueza e honestidade. Estas pessoas precisam ser motivadas a serem mais participativas nos movimentos sociais (humanitários e ambientais) e mesmo nos partidos políticos, pois serão elas exercendo cidadania que combaterão o mal vestido de corrupção, ganância, exploração, prepotência, individualismo, opressão etc...

O engajamento de cidadãos bem intencionados, tanto em movimentos sociais quanto em partidos políticos é que determinará o sistema de gestão política/administrativa organizacional mais adequada para promover níveis de qualidade de vida a toda população, de forma justa e equilibrada, garantindo assim o mesmo direito às futuras gerações.

OBS. Temos ao longo do tempo nos envolvido em missões socioambientais com significativos avanços, que se tivéssemos tentado via partido político dificilmente teríamos chegado ao objetivo almejado! Registrando que em alguns casos a parceria política foi importante nos citados avanços!
OBS. Estas observações comentadas não servem apenas para o amigo Celso, mas parte delas cabe também para outros estimados amigos araranguaenses, de partidos diferentes, mas cada um com a sua respectiva contribuição a democracia, a justiça social e ambiental, como o Ernani Palma Ribeiro, Dé Cesconetto e Eliane Scremin.
OBS. Concluo este modesto ensaio em forma de depoimento direcionado aos citados acima, mas oportunamente o faço também em homenagem a exemplar trajetória política do Mariano Mazzuco, Décio Góes e Karen Suyan Borges, três personagens políticas de partidos diferentes que respeito e admiro, pois estão, cada um a sua maneira, enriquecendo a história política do sul de SC, da mesma forma que o lendário Abel Esteves de Aguiar e Alberto Santos, o Seu Betinho, meu Pai! (Meu Pai que conseguiu em 1972 articular candidatura única a prefeito de Praia Grande entre a ARENA e o MDB, mas uma grave doença fez com que renunciasse a conquista).

Escrever é sempre uma aventura de descobertas e desdobramentos de idéias... Tadeu Santos, Araranguá/SC, 13/Outubro/2008.

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