10 março, 2019

‘O QUARTO ESTADO’ (Il quarto stato) de Giuseppe Pellizza da Volpedo (1868-1907) Itália


A clássica pintura 'O QUARTO ESTADO' do escritor italiano Giuseppe Pellizza da Volpedo não foi valorizada apenas no filme 1900 NOVECENTO, do cineasta Bernardo Bertolucci, mas também na capa do livro 'GERMINAL', do Émile Zola (alguns cartazes complementares do filme também tinha a clássica pintura).
"O QUARTO ESTADO", obra do artista italiano Giuseppe Pellizza da Volpedo (1868-1907), põe em foco o proletariado explorado e submetido à sobrecarga de trabalho de forma desumana com comprovação idônea nos registros da História da Humanidade!
Foi exposta pela primeira vez em 1902, na Mostra Quadrienal de Turim (Itália). Pelizza iniciou a pintura deste quadro dez anos antes, entre 1890 e 1892, na pequena cidade rural de Volpedo, região de Piemonte, norte da Itália, cuja capital é Turim.
Nos tempos de preparação da tela, o autor a chamou de “O Caminho dos trabalhadores”. Finalmente, quando esta foi enviada para a exposição de Turim, foi batizada de “Quarto Stato”. O nome se referia à história europeia e especificamente à Revolução Francesa. Nesta revolução vitoriosa, a burguesia derrubou o domínio do Primeiro e do Segundo Estado, respectivamente a nobreza e o clero, e instaurou o domínio da nova classe ascendente, a burguesia, o Terceiro Estado.
O nome de “O Quarto Estado” significava uma tremenda mudança, uma revolução social. O século XX que começava seria o século da nova classe vitoriosa, o proletariado.
A vida de Pelizza terminou poucos anos depois da exposição da sua maior obra, de forma trágica, em 1907. Aos 39 anos viu seu filho recém-nascido morrer e logo depois sua mulher, enfraquecida e abalada, veio a morrer também. Pelizza, sozinho, com duas filhas pequenas, se enforcou no seu ateliê.
((Fonte: www.piratininga.org.br / Mensageiros da Educação))

NOTA: a partir de uma indagação da conterrânea Lia Pionner, promovo uma alteração na postagem, observando que coincidentemente, neste mesmo período, o escritor francês Émile Zola estava escrevendo o livro Germinal, o décimo terceiro da série ''Les Rougon-Macquart'' e possivelmente um dos mais famosos.
A história tem lugar no norte da França durante uma greve provocada pela redução dos salários. Além dos aspectos técnicos das extrações minerais e as condições de vida nos agrupamentos dos mineiros, Zola também descreve o princípio da organização política e sindical da classe operária, tais como as divisões já existentes entre socialistas e anarquistas.
Para compor Germinal, o autor passou dois meses trabalhando como mineiro na extração de carvão. Viveu com os mineiros, comeu e bebeu nas mesmas tavernas para se familiarizar com o meio. Sentiu na pele o trabalho sacrificado, a dificuldade em empurrar um vagonete cheio de carvão, o problema do calor e a umidade dentro da mina, o trabalho insano que era necessário para escavar o carvão, a promiscuidade das moradias, o baixo salário e a fome. Além do mais, acompanhou de perto a greve dos mineiros. A 13ª edição da série veio a ter a capa com a pintura do Giuseppe.
Fonte: Wikipédia
OBS. Uma outra concepção: Um dos grandes romances do século XIX, expressão máxima do naturalismo literário, Germinal baseia-se em acontecimentos verídicos. Para escrevê-lo, Émile Zola trabalhou como mineiro numa mina de carvão, onde ocorreu uma greve sangrenta que durou dois meses. Atuando como repórter, adotando uma linguagem rápida e crua, Zola registrou a vida política e social da época como nenhum outro escritor. Mostrou, como jamais havia sido feito, que o ambiente social exerce efeitos diretos sobre os laços de família, sobre os vínculos de amizade, sobre as relações entre os apaixonados.
Germinal é o primeiro romance a enfocar a luta de classes no momento de sua eclosão. A história se passa na segunda metade do século XIX, mas os sofrimentos que Zola descreve continuam presentes em nosso tempo. É uma obra em tons escuros. Termina ensolarada, com a esperança de uma nova ordem social para o mundo.https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php