08 março, 2010

QUEIMA DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS AVANÇAM COM A USITESC

QUEIMA DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS AVANÇAM COM A USITESC 440MW


Mediante a iminente ameaça de instalação da termelétrica USITESC 440MW somada a existente Jorge Lacerda 856MW, o Sul de Santa Catarina passará a emitir com a queima do combustível fóssil carvão mineral, dia e noite durante décadas, toneladas de gases venenosos no ar que respiramos, difusão de muito calor no clima regional e CO² na camada de ozônio, além de toda brutal agressão aos recursos naturais (água, solo, flora e a fauna) e a escrava condição do mineiro de trabalhar embaixo da terra para sobreviver sobre a mesma com a incurável pneumonoconiose.

Registrando que, coincidentemente, esta região é no país a que mais tem apresentado a ocorrência de eventos extremos climáticos possíveis, pois foi nesta região que aconteceu a mais significativa manifestação das mudanças climáticas deste país: o epicentro do furacão Catarina – o único do Atlântico Sul. Aqui também aconteceu a maior enchente e o maior deslizamento de terra ocasionado por intensas chuvas da história do Brasil. A enchente de 1974 vitimou 250 pessoas e o deslizamento do Natal de 1995 é incomparável, veja fotos no blog www.deslizamento-timbedosul-sc.blogspot.com.

Todas as previsões do Tolmasquim, Ventura Filho e da Rousself estão se confirmando quando ameaçavam com as térmicas a carvão, caso os projetos de hidrelétricas e nucleares não avançassem.

Nossa situação como cidadãos e ambientalistas da região afetada é delicada neste momento. Devemos indiscutivelmente combater as térmicas e como alternativa apontar as fontes renováveis como as eólicas e solares entre outras. Porém o governo estadual de SC e RS e o Federal usam a artimanha de que faltará energia para este modelo desenvolvimentista do Brasil e que as ONGs são culpadas pelo atraso econômico e falta de empregos na região. O setor carbonífero daqui é tão perverso qto o que desmontou a COP 15. Talvez estas e outras manipulações assustem o surgimento de outras ONGs ambientalistas e a parceria com movimentos sociais.

Quando uma ONG tem cacife, diga-se recurso (tanto interno ou externo), ela pode bancar o confronto com o degradador do quilate de uma Tractebel/SUEZ, agora se ela não tem estrutura e é local/regional, sofre represálias, ameaças e é literalmente esmagada pelo poder econômico e político com apoio da mídia. A ONGSN é a única legalmente constituída que combate o setor carbonífero (e outras atividades poluidoras) num raio de 200 km, na base da coragem e do voluntariado.

O que fazer então se não adianta comprovar que as renováveis são a melhor solução para a transição de uma matriz limpa, se não podemos apontar as hidrelétricas e nucleares em vez das sujas térmicas que queimam combustíveis fosseis? Precisamos de apoio e respostas!

OBS. Haverá no dia 19 de março de 2010, em Florianópolis, o SEMINÁRIO MERCOSUL PÓS COPENHAGUE, no auditório da UFSC, promovido pelo Instituto IDEAL. Convocamos os coletivos e redes do ambientalismo brasileiro a comparecer para aplaudir as propostas que apóiem as renováveis, mas também para questionar e contestar possíveis desvios de conduta de palestrantes, que ainda priorizam o lucro e defendem resultados imediatos (sem medir conseqüências) para a matriz energética brasileira.


Tadeu Santos – Coordenador Geral / Araranguá - SC, 08/03/2010.

Sócios da Natureza ONG