23 setembro, 2015

DENÚNCIA AMBIENTAL GRAVÍSSIMA E O INSATISFATÓRIO PLANO DE BACIAS DO ARARANGUÁ!!!

Cidadania Ambiental

Araranguá SC, 22 de outubro de 2015
(48 / 9985.0053 Vivo)

Ao nosso modo, com outro olhar e outra atitude, estamos fazendo e registrando a história socioambiental de Araranguá e Região Sul de Santa Catarina. Participe também, seja nossa parceira/o nesta voluntária empreitada em defesa da natureza e de uma melhor qualidade de vida para toda população.
OBS. Lembrando que o simples ato de recomendar, comentar ou divulgar a leitura destas mensagens ou do blog a outras pessoas já é uma atitude ecologicamente correta!

‘’AQUI O MEIO AMBIENTE É TRATADO COM SERIEDADE, INDEPENDÊNCIA E ÉTICA!
BUSCAMOS DE FORMA ESTRITAMENTE VOLUNTÁRIA O EQUILÍBRIO ECOLÓGICO,
POR ISSO COMBATEMOS QUALQUER TIPO DE RADICALISMO OU EXTREMISMO’’


(Publicado também no jornal O TEMPO DIÁRIO e no site da CONTATO, no FACEBOOK, além da publicação do link SOCIOAMBIENTALISMO em vários outros sites e blogs)


DENÚNCIA AMBIENTAL GRAVÍSSIMA!
            Morro Azul, uma das áreas verdes de maior relevância ecológica dentro perímetro urbano de Araranguá será desfigurada para atender interesses privados em detrimento dos interesses do coletivo, contrariando a Constituição e a Legislação Municipal, que considera o local como Patrimônio de Interesse Público!!!
            Alertamos que o impacto não será apenas na Fauna, mas também no aspecto paisagístico, em que pese ainda o comprometimento de nascentes do Açude Belinzoni, o principal manancial para o abastecimento de Água da população araranguaense.


O ''PLANO DE BACIAS DO ARARANGUÁ'' DEIXA A DESEJAR EM ALGUNS ASPECTOS!
                Participamos da plenária do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá - CGBHRA na data de 10 de setembro de 2015, onde foi oficialmente apresentado pela empresa PROFIL a proposta ''C'' da terceira e última etapa do Plano de Bacias do Araranguá.
                Infelizmente a condução dos trabalhos foi de certa forma um tanto autoritária pelo presidente do comitê e pela equipe técnica da empresa que elaborou o plano, pois foi perceptível a ferrenha defesa do trabalho apresentado e da artimanha e pressão para aprovar na respectiva plenária e que, se houvesse contribuições e sugestões complementares ou mesmo algum grave erro como ficou comprovado, deveria ser ajustado na hora!
                Apontamos uma incongruência conceitual na meta número 1, página 10, que propunha ''aumentar a disponibilidade hídrica'', proposta que nos parece imprópria quando o mais adequado seria ''disciplinar a disponibilidade hídrica'' em acordo com os principais objetivos e princípios da lei nº 9.433/97, até porque o aumento da disponibilidade hídrica se dará automaticamente apenas com a redução da poluição apontada na meta 2 que propõe ''reduzir as cargas poluidoras para a melhoria da qualidade da água''. 
                No entanto, o que mais nos intrigou no quadro dos objetivos foi o fato de mencionarem mineração, mas em momento algum apontaram o ''carvão'' nas metas, apenas o ''seixo rolado'', do qual dedicaram dois parágrafos enfatizando o impacto deste tipo de mineração. Outro item extremamente impactante aos recursos hídricos e não mencionado foi o poluente agrotóxico utilizado intensamente na Rizicultura!
                Não cabe ao Plano de Bacias fomentar a construção de grandes barragens, pois podem comprometer a dinâmica dos cursos d'água da bacia hidrográfica.
                Não foi citada a Sentença Judicial de 2000 que condenou as mineradoras a recuperarem o passivo ambiental e o Plano de Bacias deveria apontar que as recuperações não estão atendendo satisfatoriamente, considerando que o PH dos cursos d'água do lado norte da bacia está bem abaixo do permitido pela legislação.
                A outra omissão referente à Educação Ambiental é imperdoável, seja direta ou transversal em todas as metas, considerando que as mudanças nos corações e mentes só avançam quando existe uma possibilidade de sensibilização seja dos órgãos públicos, usuários e da sociedade civil. 
                Aqui vale lembrar que para garantir a conservação de áreas de especial interesse para os recursos hídricos deve ser apontado, também, que deve haver uma definição de limites também para a '''mineração de carvão''' e a '''rizicultura''' que usa o poluente '''agrotóxico'''   
                Existem outras colocações não tão pertinentes que poderemos apontar, se assim for possível, mediante o quadro que se apresenta.     
                O engenheiro Vinícius, representante da SDS, no calor das discussões foi feliz ao propor três alternativas, ou seja, a primeira a aprovação da proposta como foi apresentada (levando 6 votos), a segunda a aprovação com ressalvas (levando 11 votos) e a terceira pela não aprovação, de modo a dar tempo de promover os devidos ajustes e complementos em outra reunião (levando 3 votos) e 3 abstenções. Ou seja, venceu a segunda alternativa, porém o dono da empresa ''tentou'' impor que só aceitaria duas ressalvas ou complementações, a da inserção do carvão como atividade impactante e a da educação ambiental por causa da forte pressão dos poucos representantes da sociedade civil presentes na plenária.
                Consideramos as atitudes sutilmente autoritárias e infelizes, considerando que se trata da aprovação do ''Plano de Bacias'' em uma das bacias hidrográficas mais conflitantes do estado em relação aos impactos ambientais nos recursos hídricos, conforme reconhecimento dos técnicos representantes da SDS.
                Observamos ainda que estamos no Comitê do Araranguá desde que foi criado e que a experiência sugere cautela nestes momentos importantes, como a aprovação de um Plano de Bacias, principalmente porque a empresa PROFIL é a mesma que elaborou o de Tubarão, que foi considerado incompleto e insuficiente, tanto que foi engavetado.
                Recorremos a Diretoria de Recursos Hídricos - SDS no sentido de promover o devido ajuste, com as sugestões apontadas, de forma a complementar uma adequada redação ao Plano de Bacias do Araranguá, que deverá ser antes de tudo, um retrato fiel da realidade hídrica da bacia. Vemos o Plano de Bacias como uma espécie de constituição a ser seguida, com orientações definidas aos usos adequados dos recursos hídricos, de forma que motive e garanta à redução dos impactos a jusante e a montante deste território hidrográfico intensamente mal tratado e degradado da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá.


PRÓXIMA EDIÇÃO COMENTAREMOS:


Ø  OS AVANÇOS NO PROJETO ORLA 

E A PREOCUPANTE AUSÊNCIA DO POVO NAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DE ARARANGUÁ!!!