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Manifesto em favor da vida
Somos a favor da vida! A cada ano a
Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil tem se manifestado em favor da vida
através da Campanha da Fraternidade promovida pela CNBB e que nos dá o caminho
a ser seguido.
No ano de 1979 a Igreja Católica
iniciou sua trajetória de campanhas como tema: “Preserve o que é de todos” Já
se falava em preservar a água, o ar, a flora e a fauna. Em 2004 novamente a
Igreja Católica sai para as ruas com o tema: “Fraternidade e Água” e o lema:
Água Fonte de Vida” ressaltando a importância de se preservação da água, sendo
esta uma necessidade de todos os seres vivos.
Em 2007 com tema: “Fraternidade e
Amazônia” e o lema “ Vida e Missão Neste Chão” questionava o desmatamento, a
destruição de nossas florestas, e com isso também a destruição de nosso
planeta. Outras campanhas com o mesmo enfoque foram organizadas nos anos
seguintes.
Então em 2011 a CNBB traz à
tona uma discussão urgente: Fraternidade
e Vida no Planeta, “A Criação Geme em Dores de Parto”. Precisamos acordar!
Precisamos nos unir! Precisamos cuidar! Precisamos entender o que o Criador nos
falou no Gênesis, quando depois de tudo ter criado “Viu que tudo era muito
bom”.
A Diocese de Criciúma sempre tem se
manifestado em favor da vida. Seguindo a orientação da CNBB na campanha da
Fraternidade de 2011 nossa Diocese publicou na Revista da própria Diocese na
edição de junho/julho o Manifesto contra a instalação da Usitesc (Usina
Termoelétrica Sul Catarinense), embasada em informações de professores ligados
às questões ambientais da UNESC ( Universidade do Extremo Sul Catarinense)
representantes dos Movimentos Ambientais da Região Sul Catarinense e também de
lideranças locais.
Fala-se em recuperação dos antigos
passivos de mineração, entendendo o termo “Recuperar”, como devolver algo que
está deteriorado ou defasado ao seu estado ou condição anteriormente normal e
satisfatório. Entre os minerais extraídos em nossa região o carvão tornou-se um
câncer incurável, nossos rios estão completamente poluídos e sem vida. A água
destes rios não servem para consumo em nenhum ramo de agricultura ou indústria.
Mesmo que algum processo de despoluição fosse feita, ainda assim estas águas
continuariam impróprias para uso ou consumo humano, animal e vegetal. Como
podemos constatar, a recuperação é algo inatingível; a água, nosso bem maior,
está sendo usurpado por empresas mineradoras particulares
que tentam nos fazer acreditar que a energia produzida através da queima do
carvão é necessária as reservas nacionais.
Nossa Diocese se manifesta a
respeito deste assunto também no Plano Diocesano de Pastoral 2012-2016 no artigo
31, página 21, quando aponta a realidade das cidades dentro do território
diocesano que sofreram e sofrem com a extração do carvão, areia e argila.
Diante desta realidade solicitamos
a todos as pessoas que de uma forma ou de outra estejam envolvidas com o próximo Leilão
de Energia, que tenham o mínimo de bom senso. Nosso povo está ficando sem água
potável. Famílias estão sendo abastecidas por caminhões pipa onde antes nunca
havia faltado água. Nossa agricultura, nossa pesca, nossa subsistência está por
um fio.
Estudos nos mostram que a obtenção
de energia por meios que agridem o meio ambiente é letal a sobrevivência do ser
humano.
Diante deste contexto nós, fieis e
integrantes da Diocese de Criciúma, amparados por estudos ambientais, nos
posicionamos contra a inclusão do carvão
mineral no Leilão de Energia.
Sem mais, nos colocamos a disposição
para aprimorar esta discussão e aprofundar o debate sobre as formas mais justas
e ambientalmente coerentes para a geração de energia, sendo limpa e
sustentável.
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Atenciosamente...
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Criciúma -SC 12 de dezembro de 2013