12 junho, 2015

Cidadania Ambiental sobre POLUIÇÃO SONORA: Ilmo. Dr. Júlio Fumo Fernandes Promotor de Justiça da Comarca de Araranguá

Cidadania Ambiental

Araranguá – SC, 09 de junho de 2015
(48 / 9985.0053 Vivo)

Ao nosso modo, com outro olhar e outra atitude, estamos fazendo e registrando a história socioambiental de Araranguá e Região Sul de Santa Catarina. Participe também, seja nossa parceira/o nesta voluntária empreitada em defesa da natureza e de uma melhor qualidade de vida para toda população.
OBS. Lembrando que o simples ato de recomendar, comentar ou divulgar a leitura destas mensagens ou do blog a outras pessoas já é uma atitude ecologicamente correta!

‘’AQUI O MEIO AMBIENTE É TRATADO COM SERIEDADE, INDEPENDÊNCIA E ÉTICA!
BUSCAMOS DE FORMA ESTRITAMENTE VOLUNTÁRIA O EQUILÍBRIO ECOLÓGICO,
POR ISSO COMBATEMOS QUALQUER TIPO DE RADICALISMO OU EXTREMISMO’’

(clique no link do blog para ler na íntegra e visualizar fotos)
(Publicado também no jornal O TEMPO DIÁRIO e no site da CONTATO, no FACEBOOK, além da publicação do link SOCIOAMBIENTALISMO em vários outros sites e blogs)

Oficio nº 0035/2015

Ilmo. Dr. Júlio Fumo Fernandes
Promotor de Justiça da Comarca de Araranguá


Prezado Promotor, atendendo e agradecendo a sua oportuna solicitação em relação a este grave problema/conflito na Comarca de Araranguá, informamos o seguinte:
A situação da poluição sonora na Comarca de Araranguá já foi bem pior, ou seja, foi intensamente dramática, pois perturbava o trabalho e o sossego de quase toda a população residente nas áreas urbanas dos mencionados municípios, principalmente Araranguá por ser um centro urbano maior, mas no Balneário Arroio do Silva também era intenso na época de veraneio e por final em Maracajá.

Com o crescimento das cidades naturalmente que aumentaram os índices de poluição sonora em razão da ausência da aplicação da legislação pertinente, como o artigo 42 da Lei de Contravenções Penais nº 3.688 de 1941, entre tantas outras como a 9.605/98 de Crimes Ambientais, a ampla legislação de trânsito e as de âmbito municipal como as existentes em Araranguá.
A partir de 2000 com advento do gênero funk e de outros gêneros eletrônicos, os índices de poluição sonora passaram a aumentar com o modismo de veículos transitarem com som automotivo nas vias públicas ou de estacionarem em qualquer lugar e empurrarem uma programação idiota aos ouvidos de quem estivesse nas proximidades.  
Em 2005 a publicação de um artigo solicitando mais rigor na atuação e fiscalização por parte da PMA, PM e MP, gerou processos judiciais contra a minha pessoa do qual até hoje me causam transtornos pessoais.
Somente a partir de 2009, com a determinação do Major Cabral no Comando da Polícia Militar, é que os índices de ruídos passaram a diminuir nas vias públicas, principalmente de Araranguá.

Em 2012, depois de denunciarmos exaustivamente as invasões de carros na praia do Morro dos Conventos e sem resultados efetivos, decidimos recorrer ao MPF já que as badernas sonoras ocorriam em área de marinha de domínio federal, causando impacto ambiental ao frágil ecossistema, perturbação do sossego dos moradores e insegurança aos banhistas e caminhantes da orla marítima até a foz/barra do Rio Araranguá. Mesmo após a determinação judicial do 4º TRF, carros continuam circulando na praia e estão voltando a promover as tais de festas raves nas madrugadas dos finais de semana, inclusive nos espaços turísticos do Farol e do Voo Livre, de competência do MPE.   
No perímetro urbano de Araranguá ainda existem alguns jovens que continuam circulando com som automotivo, seja com som alto ou baixo, também chamado de ''bate estaca'' ou ''pancadão''.
Outra fonte incômoda são as super motos que utilizam as vias públicas de Araranguá como pista de competição emitindo ruídos ensurdecedores de dia ou nas madrugadas devido a irregular alteração nos canos de descargas, causando pânico a toda população, principalmente em crianças, idosos e enfermos! Temos conhecimento que esta desobediência civil ocorre também no Arroio e em pequena escala em Maracajá, porém de difícil fiscalização em todas as situações...
Em relação às outras fontes de ruídos, como veículos de propaganda ambulante, é outro gravíssimo problema/conflito, pois não respeitam locais de saúde, educação, meditação e repouso, como hospitais, colégios e igrejas, inclusive até aos domingos eles circulam fazendo inconvenientes propagandas sonoras.

Outra questão que precisa ser urgentemente regulamentada é a explosão de rojões em várias ocasiões festivas das prefeituras, igrejas, clubes e agora dos rizicultores que utilizam nas madrugadas para espantar aves migratórias nas canjas de arroz, uma contravenção inconcebível, quando poderia ser apenas fogos de artifícios que são espetaculares e não impactantes.
Quanto à ''quadras de futebol society, veículos estacionados em postos de gasolina, som em lojas comerciais, construção civil (nos finais de semana), alarmes residenciais, sirenes de escolas, festas particulares e shows públicos'' (das Prefeituras e igrejas) temos conhecimento porque as pessoas nos ligam pedindo para que a gente denuncie, pois a grande maioria receia represálias dos autores da poluição sonora, seja ela qual for.
Em anexo o Boletim de Ocorrência que fizemos no mês passado na Central de Polícia. E na madrugada de sexta para sábado (dia 23/05/15) quase fui novamente à delegacia, pois consegui registrar a placa do veículo que causou perturbação do sossego de toda a população do Morro dos Conventos a partir das 04:30 horas na plataforma de vôo livre, só vindo a desligar o som quando a viatura da PM chegou ao local por volta das 08:00 horas, ou seja, mais de três horas depois. Mais tarde ficamos sabendo que um corajoso e revoltado morador foi até o local pedir para que baixassem o volume, porém não atenderam.
Estas farras sonoras que são regadas a muito álcool, drogas e atitudes de atentado ao pudor entre outras infrações são inconcebíveis em locais públicos. Todos têm direito a diversão ao seu modo, porém de maneira civilizada e que respeitem os direitos dos outros que trabalham e precisam descansar neste horário que é constitucionalmente sagrado!

O Morro dos Conventos precisa também, urgentemente, de um Posto Policial permanente para dar segurança à comunidade e eliminar de vez estas badernas/orgias que são não apenas incômodas, mas também perigosas!
Faz-se necessário e urgente a implantação de placas informativas em locais estratégicos, como no espaço do Farol e da plataforma de voo livre, inclusive com iluminação adequada, afinal são os pontos mais turísticos de Araranguá!
Sugerimos a realização de uma audiência pública com a presença de todos os setores organizados da sociedade civil e os órgãos públicos para tratar dos conflitos/problemas gerados pelas fontes emissoras de poluição sonora, acreditando que uma ampla divulgação pela mídia das deliberações e informações apresentadas será uma forma de conscientização e educação a toda população, seja causadora dos impactos ou vítima dos mesmos, pois de acordo com a OMS a poluição sonora é a 3ª mais prejudicial a todos os seres vivos deste planeta chamado Terra! 

Atenciosamente
Tadêu Santos
Integrante da ONGSN

OBS. Com cópia para a PMA, FAMA, 19º PM e POAM de Maracajá.

Sócios da Natureza

Organização Não-Governamental