SOCIOAMBIENTALISMO: VISITA A FURNA DA FALÉSIA DO MORRO DOS CONVENTOS; LAGOA DO CAVERÁ AGONIA; O FUTURO DO BANHADO DA XV; CÓDIGO AMBIENTAL DE ARARANGUÁ...

Cidadania Ambiental

Araranguá – SC, 06 de março de 2012

(48 / 9985.0053 TIM)

Ao nosso modo, com outro olhar e outra atitude, estamos fazendo e registrando a história socioambiental de Araranguá e Região Sul de Santa Catarina. Participe também, seja nossa parceira/o nesta voluntária empreitada. O simples ato de recomendar a leitura destas mensagens já é uma atitude ecologicamente correta!

(Publicado também todas terças na contracapa do jornal O TEMPO DIÁRIO)

EQUIPE DA FAMA ‘’FAZ VISITA TÉCNICA’’ NO ACESSO A FURNA DA FALÉSIA DO MORRO DOS CONVENTOS.

a beleza de um detalhe da duna eólica - Foto TS2012

Diretoria e equipe técnica da FAMA fizeram visita técnica para analisar o local que se pretende implantar um acesso de madeira, tipo passarela sobre o local, onde outrora era o lago natural, entre as dunas e a falésia. Atualmente o local possui característica de banhado, sendo que a travessia de pedestres causa intenso impacto ambiental com o pisoteio sobre o micro ecossistema local. Para solucionar, a alternativa mais adequada é a implantação da passarela, além também de possibilitar a visitação até a furna, localizada sob a rocha da falésia. Concordamos e sempre fomos defensores da concepção que estudos mais específicos devem ser elaborados para qualquer intervenção em locais de fragilidade e de interesse ecológico, porém no momento, a passarela para descer as dunas e atravessar o banhado é ecologicamente correta, pois atende a legislação que permite benfeitorias que reduzam o impacto ambiental nas APP e proporcione o uso público de forma ordenada.

A solicitação partiu da empresa Complexo Turístico do Morro dos Conventos, propondo doar a ‘’ponte’’ ao município como forma de facilitar mais conforto e segurança aos visitantes, que costumam fazer trilhas pelo santuário ecológico, formado basicamente por falésias, dunas eólicas e Mata Atlântica. Nossa sugestão é de que a implantação da ponte seja de acordo com o estudo existente da TREM, no qual foi elaborado por equipe multidisciplinar de técnicos, daí, como ambientalistas, não vemos nenhum impedimento para a emissão da licença, mas quem decidirá são os técnicos da FAMA.

Na ocasião, ficou combinado que o CTMC faria a doação de três placas informativas e educativas a FAMA para serem implantadas em locais estratégicos do Morro dos Conventos, resultante da proposta da ONG Sócios da Natureza, aprovada na reunião ocorrida no quartel da Polícia Militar sobre a poluição sonora e a invasão das dunas.

OBS.I. A idéia da ponte surgiu quando estávamos em uma conversa com o Secretário de Planejamento Leonardo Tiscoski e a Gerente Alice Aguiar no Scherrie Caffé Bristot, com a total aprovação do prefeito Mariano. A idéia já vinha sendo desenvolvida em conversas e trocas de fotografias em P&B com o Nereu do Sindicato dos Bancários e com o Álvaro Arns via Facebook do Grupo Morro dos Conventos.

OBS.II. Toda esta linha de raciocínio e atuação atende a aspiração da transformação da Área de Preservação Permanente (APP) do Morro dos Conventos em Unidade de Conservação (UC), com a condição de definir o santuário ecológico como MONUMENTO NATURAL, baseado no estudo elaborado pela Socioambiental a pedido da Câmara Temática do Meio Ambiente do FDESC/AMESC, coordenada pela ONG Sócios da Natureza.

Aqui sobe

Aqui desce

Aqui era o abundante lago que teve o curso d'água interrompido
com a ruptura da rocha da falésia... Foto TS2012

Pisoteio de pedestres que pode ser evitado
com a passarela - Foto TS2012

O local proposto para a passarela é exatamente onde as pessoas estão atravessando - Foto TS2012

Pilares da antiga passarela - Foto TS2012

Inseto com as cores da
bandeira do Brasil

Técnicos fazendo avaliação já dentro da furna e/ou caverna - Foto TS2012

...esta atitude é mania nacional... Foto TS 2012

FOTOS ACERVO TADEU SANTOS

NÃO É PERMITIDA A UTILIZAÇÃO DAS FOTOS SEM A AUTORIZAÇÃO DO AUTOR.
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LAGOA DO CAVERÁ AGONIA

A maior lagoa de água doce do Estado de Santa Catarina corre o risco de secar, transformando-se em apenas um córrego ligando o sistema lagunar entre a lagoa da Serra, via Fundo Grande, e a lagoa do Sombrio. Observando que a lagoa do Sombrio é maior em extensão, porém parte dela, no lado sul, está com água salgada em decorrência da abertura do canal direto com o rio Mampituba, perdendo, portanto a classificação ou condição de maior de água doce do Estado de SC. De acordo com comparação elaborada pelo Luiz Leme, utilizando-se de fotos de satélite do Google, antes do furacão Catarina, em 2004, a lagoa do Caverá apresentava um perfil geográfico com um estreito canal no lado sul que ligava a uma outra parte da lagoa, que após o evento extremo a vegetação que as dividia foi danificada com a força dos ventos, fazendo com que a água passasse a correr com mais intensidade para jusante, colocando em rico a integridade hídrica da lagoa. Um outro motivo do assoreamento deste riquíssimo sistema lagunar são os canais do antigo DNOS (Órgão extinto), a exploração da turfa, entre outras causas que comprometem a capacidade hídrica destes mananciais únicos.

BANHADO DA XV DE NOVEMBRO

O local entre a Avenida XV de Novembro e a Rua Iracy Luchina, denominado de ‘’Banhado da XV’’ é um espaço de extrema importância ambiental para a urbanidade de Araranguá, por receber dois pequenos cursos d’água, destacando o procedente do Açude Belinzoni que abastece grande parte da população araranguaense e o segundo oriundo do lado nordeste infelizmente poluído, inclusive com edificações sobre o leito do córrego. Esta pequena bacia poderá num futuro próximo ser um grande reservatório de água potável, se o avanço imobiliário de seu entorno não for contido, considerando, por exemplo, que o SAMAE não poderá captar água do Rio Araranguá por um período de 100 anos em decorrência da poluição causada pelo carvão que eleva a acidez da água com o baixo pH, tornando-a inútil para qualquer atividade. Considerando ainda que as lagoas tendem a desaparecer naturalmente, porém a ação antrópica está acelerando este processo.

O alerta que temos tentado fazer é desde 2000 quando a arquiteta Winnie Bastian da UFSC fez seu TCC abordando o local com propostas de revitalização da área para o uso público, com a formação de um lago circundado com uma pista de passeio, ciclovia e um anfiteatro, entre outras benfeitorias que poderiam proporcionar lazer a população. Vale destacar também o trabalho do arquiteto araranguaense Diego Daniel.

CÓDIGO AMBIENTAL DE ARARANGUÁ
O processo de elaboração do Plano Diretor de Araranguá avança com o aprimoramento das leis complementares, como o Código de Posturas, mas principalmente pelo Código Ambiental. O esboço inicial foi construído pelo COAMA com a contribuição dos conselheiros representantes das entidades que o compõem. O Código Ambiental de Araranguá no momento está sendo analisado por técnicos e ambientalistas para promover uma espécie de lapidação para então ser apresentado em audiência pública pela SEPLAN/PMA. Convocamos a todos os representantes dos segmentos organizados da sociedade civil a participarem das reuniões públicas que ocorrem no auditório do SAMAE (Com entrada pelos fundos)

Art. 1° - Com base nos artigos 30 e 225 da Constituição Federal, no Plano Diretor do Município de Araranguá, no Estatuto da Cidade e no Estatuto da Terra, este Código tem como finalidade, respeitadas as competências da União e do Estado de Santa Catarina, regulamentar as ações do Poder Público Municipal e a sua relação com a coletividade na conservação, defesa, melhoria, recuperação e controle do ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida para as presentes e futuras gerações, e estabelecer normas para a administração, a proteção e o controle do Patrimônio Ambiental, da qualidade do ambiente e do desenvolvimento sustentável do Município de Araranguá.

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