25 outubro, 2011

SAÍDA DE CAMPO NA BACIA DO MÃE LUZIA, AFLUENTE DO LADO NORTE DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ARARANGUÁ

Encontro rio Mãe Luzia (esquerda) com o Itoupava (direita) formando o RIO ARARANGUÁ - Foto Margi Moss









Rio Sangão - Fotos Luiz leme




Tadeu, Ernani, Daniel, Michel






Cidadania Ambiental

Araranguá – SC, 25 de outubro de 2011.
(48 / 9985.0053)

Ao nosso modo, com outro olhar e outra atitude, estamos fazendo e registrando a história socioambiental de Araranguá e Região Sul de Santa Catarina.

www.tadeusantos.blogspot.com
Agora com novo design
(Publicado todas terças na contracapa do jornal OTEMPO DIÁRIO)


MESA REDONDA NO IF-SC - CAMPUS DE ARARANGUÁ
8ª SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA – Mudanças climáticas, desastres naturais e prevenção de riscos.


Nossa apresentação iniciou com a exibição de um audiovisual de dois minutos mostrando a respiração da terra em uma bem elaborada montagem do Greenpeace, que a cada respirada do planeta as marés sobem e abaixam, por exemplo, numa oportuna demonstração de que a Terra é um ser vivo e precisa ser bem cuidada pelos que nela habitam.
Que antes das COPs da ONU abordarem as questões climáticas, as ONGs já alertavam sobre os malefícios da queima de combustíveis fósseis para o aquecimento global. Lembramos que a acp contra a Jorge Lacerda foi motivada por uma denúncia da ONG enviada ao MPF. Que o projeto da USITESC em Treviso poderá ficar definitivamente inviabilizado se o MME mantiver a portaria excluindo as térmicas a carvão do leilão da ANEEL. Que deveremos criar um movimento para a multinacional Tractebel/Suez substituir o atual sistema de queima da Jorge Lacerda 856MW pelo de LEITO FLUIDIZADO, que tanto propagandeiam seus defensores que iriam utilizar na USITESC, com 95% de redução na emissão de gases (SIC). No final pedimos para exibir outro audiovisual ‘’Don’t let it die’’ com significativas imagens tendo ao fundo a música do Hurricane Smith, produzida em 1971, mas já alertando sobre a importância da preservação dos recursos naturais da Terra.

OBS.I. Ao final do evento de terça-feira, dia 19/10/11, a direção liderada pelo Prof. Andrei Cavalheiro ofereceu um lanche aos convidados palestrantes quando na ocasião elogiei a dinâmica do Instituto Federal de Araranguá pelas constantes atividades envolvendo a população araranguaense e da região.

OBS.II. Na mesa redonda estavam também o Prof. Carlyle Menezes da UNESC, o Prof. Mauricio Dalpiaz do IF-SC e o diretor do SAMAE e da Defesa Civil de Araranguá Ernani Palma Ribeiro Filho.

OBS.III. Além da nossa participação, cedemos dois trabalhos em formato Power Point denominados de ‘’UMA PEQUENA HISTÓRIA SOBRE A CLIMATOLOGIA DA REGIÃO SUL’’ e o outro de ‘’UM OLHAR SOCIOAMBIENTAL SOBRE OS IMPACTOS DO CARVÃO MINERAL EM NOSSAS VIDAS’’, além de banners sobre o furacão Catarina com apoio logístico do Luiz Leme da FAMA.

SAÍDA DE CAMPO PELO LADO NORTE DA BACIA DO RIO ARARANGUÁ
(Micro-bacia do rio Mãe Luzia)


Dia 22/10 será um sábado histórico para o socioambientalismo da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá, pois uma expedição liderada pelo professor Daniel José da Silva (UFSC) e pelo professor Michel Muza (IF-SC), ambos de Florianópolis, coordenaram o grupo de Estudos de Recursos Hídricos e Educação Ambiental, envolvendo turmas do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC e turma do curso de Meteorologia do IF-SC/Florianópolis, acompanhados de representantes (lideranças) políticas e sociais da bacia do Araranguá e participantes do projeto AVEC/Brasil.

Alterado o roteiro em função de tempo e transtornos de viagem, a barragem do Rio São Bento foi a primeira a ser visitada, com a recepção de um engenheiro da CASAN que repassou dados e informações ao grupo através da visualização de uma maquete. Na sequência, mais informações foram prestadas pelo agrônomo Donato Lucietti da Epagri. A barragem do Rio do São Bento é um clássico exemplo de obra realizada para compensar danos ambientais que mineração causou as águas do Mãe Luzia, comprometendo o abastecimento de Criciúma e região. Sessenta milhões foram gastos para criar o reservatório, quando deveria ser custeado com recursos das mineradoras como medida compensatória. A CASAN não cumpriu nenhum dos programas básicos constantes no EIA-RIMA.

Após o almoço no restaurante Romagna, que fica abaixo da barragem, o Palma Ribeiro – coordenador do grupo de governança local (GGL), fez uma breve apresentação aos alunos dos representantes da sociedade civil e dos órgãos governamentais presentes, enfatizando a presença do presidente do CGBHRA Antonio S. Soares e da consultora ambiental Michelle, do Prof. Mauricio Dalpiaz do IF-SC, do agrônomo Luiz Leme da FAMA, do Antônio ‘Negão’ dos Santos da Secretaria da Saúde, do químico Glauber do SAMAE, do ambientalista Tadeu Santos da ONG Sócios da Natureza e da Sung Lin da coordenação do AVEC, finalizando com a fala do agricultor Sergio Marini que versou sobre as ações de educação ambiental da Associação de Irrigantes - ADISI.

Deixando o território de Siderópolis e passando por Nova Veneza, o grupo visitou uma área degradada próximo ao IPAT entre Forquilhinha e Criciúma, passando sobre o rio Sangão, que se falasse, certamente pediria socorro, pois seu estado de saúde é lastimável em decorrência da contaminação das ‘’águas de mina’’. O grupo verificou ‘’in loco’’ um exemplo de passivo ambiental e de algumas áreas semelhantes as paisagens lunares do qual ficaram impressionados. Numa outra oportunidade esperamos realizar uma inspeção técnica nas áreas devastadas pela Marion em Siderópolis e nas minas em atividade de Treviso, como também conhecer a pureza do rio Mãe Luzia nas encostas dos Aparados da Serra Geral, inclusive definir as suas nascentes localizadas no planalto serrano.

O Prof. Daniel nos provocou a tecer comentários a respeito da nossa luta contra a poluição gerada pela extração e queima do carvão mineral, quando então mencionamos o envolvimento da ONGSN nas duas condenações judiciais contra as mineradoras, mas que nos preocupava a prorrogação do prazo para o cumprimento da sentença para o ano http://www.blogger.com/img/blank.gifde 2020. Os donos de mineradoras reclamam que não tem condições de promover recuperação ambiental dos passivos ambientais, mas têm recursos para adquirir centenas de carretas, redes de hotéis, empresas de rádios e jornais, inclusive para a milionária obra da USITESC. USITESC que poderá ficar inviabilizada com a exclusão das térmicas no leilão da ANEEL em dezembro próximo. Nesta conversa sugeriram a produção de um documentário abordando o conflito sob o olhar ambientalista. Complementamos apontando nossos blog para obtenção de mais informações: http://sociodanatureza.blogspot.com/ e http://tadeusantos.blogspot.com/

Já em Araranguá, o grupo visualizou o encontro das águas carboníferas do Mãe Luzia com as carregadas de agrotóxicos do Itoupava, formando então o Rio Araranguá. A última etapa da visita técnica já por volta das 18:00h foi no Morro dos Conventos, do qual não participamos, mas estávamos lá na reunião/janta realizada no restaurante Scherrie - Hotel Morro dos Conventos, onde se recapitulou as principais passagens do dia e se firmou compromissos de avançar na realização do revolucionário projeto internacional AVEC, que no Brasil terá sede em Araranguá com atuação na Bacia http://www.blogger.com/img/blank.gifHidrográfica do Rio Araranguá.
Mais informações serão publicadas no site http:///

"Nunca duvide que um pequeno grupo de cidadãos preocupados e comprometidos possa mudar o mundo;
de fato é só isso que o tem mudado".

Margaret Mead, antropóloga
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Barragem Rio São Bento / Foto panorâmica Luiz Leme



Foz/barra do rio Araranguá, Ilhas e Morro dos Conventos em Araranguá/SC. Foto Tadeu Santos / Ano 2002.