06 abril, 2011

O DESEQUILÍBRIO DO CLIMA NA REGIÃO DO EXTREMO SUL DE SC.

Cidadania Ambiental
Araranguá – SC, 05 de abril de 2011.


Ao nosso modo, com outro olhar e outra atitude,

estamos fazendo e registrando a história socioambiental de Araranguá e Região Sul de Santa Catarina.

www.tadeusantos.blogspot.com



O DESEQUILÍBRIO DO CLIMA NA REGIÃO DO EXTREMO SUL DE SC.


‘’Justiça ambiental em tempos de mudança climática: as injustiças socioecológicas relacionadas ao carvão no Sul de Santa Catarina’’ é o título provisório da tese que a doutoranda Luciana Butzke está pesquisando sobre os eventos extremos do clima na região de Araranguá. Interessante observar que a mesma é da região do Vale do Itajaí e já foi uma atingida pelas violentas cheias de novembro de 2008, mas escolheu a região de Araranguá para desenvolver seu Doutorado. Uma escolha acertada, pois aqui além da ‘’violência das águas’’ existe também a ‘’violência dos ventos’’. Tanto que o município de Araranguá talvez seja o único no país que já foi afetado por todas as formas de eventos extremos do clima, tanto por fenômenos naturais ou por adversidades e mudanças climáticas. A doutoranda comentou que a organizada mobilização social e ambiental da região sul chamou sua atenção, tanto que pretende estudar e pesquisar a fundo esta preocupação demonstrada.


ARARANGUÁ TAMBÉM ENTRA NA CAMPANHA MUNDIAL DA ONU.


No release/nota divulgado na mídia do dia 30/03/2011 (site Arca de Noé e Defesa Civil de SC) o município de Araranguá não constava na relação das cidades catarinenses que seriam as primeiras do Brasil a participarem da Campanha Mundial para a Redução de Desastres 2010/2011 – Desenvolvendo cidades resilientes: "Minha cidade está se preparando", da Estratégia Internacional para a Redução de Desastres (EIRD/ONU). Estavam elencadas as cidades catarinenses de Tubarão, Rio do Sul, Itajaí, Jaraguá do Sul, Florianópolis e Blumenau, porém Araranguá reagiu e será incluído após a adesão do Prefeito Mariano Mazzuco e do Diretor Ernani Palma Ribeiro da Defesa Civil de atender as condições estabelecidas pela ONU, conforme compromisso do Major Márcio Alves da Defesa Civil de SC. Na dinâmica das negociações justificamos que a região de Araranguá não poderia ficar excluída, afinal é aqui neste cenário onde ocorre a maior diversidade de eventos extremos do clima, tanto que foi o epicentro do furacão Catarina – o primeiro do Atlântico Sul.


OS PROJETOS, OS PROGRAMAS, AS IDÉIAS E OS SONHOS DE IMPLANTAR MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ADAPTAÇÃO...

Já estão instaladas 12 das 30 estações meteorológicas na Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá, através do projeto Tecnologias Sociais da água TSGA da UFSC e EPAGRI com a função de informar via celular sobre a vazão dos rios formadores da bacia hidrográfica. Mais outras três estão sendo instaladas no Rio Araranguá para medir precipitação, temperatura e umidade do ar, sob a responsabilidade da Defesa Civil e Prefeitura Municipal de Araranguá. A primeira está localizada próxima a Forquilha Grande no encontro do Rio Mãe Luzia e Itoupava, a segunda na ponte da Barranca e a terceira no Yate Clube do Morro dos Conventos. Importante registrar que três comportas também foram construídas para evitar o transbordamento da margem esquerda ou norte do Rio Araranguá junto as granjas de arroz e na Barranca que evitam cheias nestes locais até 1.50 acima do nível normal do rio.

O I EFAMuC em 2005 e o II EFAMuC em 2009 abordaram especificamente fenômenos naturais, adversidades e mudanças climáticas. No I Encontro foi encaminhado proposta de instalação de um sensor bóia no Atlântico Sul, já instalado a 100 km na costa próximo ao Farol de Santa Marta em Laguna por uma questão estratégica da Marinha do Brasil.

Em 2009, depois de assistirmos uma palestra do Prof. Diomário Queiróz no Fórum Catarinense de Mudanças Climáticas Globais FCMCG na SDS em Fpolis, o provocamos no bom sentido de que o sul de SC também precisava da implantação do Grupo Técnico Científico GTC, da mesma forma que o Vale do Itajaí no qual já estava em andamento. Seu assessor imediatamente nos procurou para agendar uma visita do pessoal técnico da FAPESC para iniciar as tratativas para a implantação aqui na Bacia do Rio Araranguá. Uma semana antes da data estipulada o ex-Reitor da UFSC ligou pessoalmente para confirmar-mos se estava tudo bem, se o Comitê estava envolvido e se havíamos convidado os representantes da agricultura afetados. As primeiras conversações seriam no auditório da AMESC, porém por razões políticas inexplicavelmente conseguiram cancelar o passo inicial para o GTC. Tentaremos novamente, agora via 22 ª SDR.

Um outro projeto de cunho internacional (IRIACC) terá como sede no Brasil a Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá e seu principal objetivo será o fortalecimento da capacidade adaptativa das comunidades às mudanças climáticas, com foco nas comunidades agrícolas. A ONGSN tem representante atuando na coordenação e é uma das parceiras do projeto coordenado pela UFSC de Fpolis. Se tudo ocorrer bem conforme o previsto, poderemos ter um OBSERVATÓRIO DO CLIMA em Araranguá.

OBS. Possivelmente a partir deste mês a AMESC e a ONGSN iniciarão mobilização para reativar o Fórum de Desenvolvimento do Extremo Sul Catarinense FDESC, objetivando a elaboração de estudos e projetos com o engajamento das respectivas Câmaras Temáticas.


ALERTA: CUIDADO COM A REAÇÃO DA NATUREZA QUE ESTÁ SENDO BRUTALMENTE AGREDIDA!!!

O alerta é para quem acha que está tudo bem, que agora as desgraças não acontecerão mais aqui, que só acontecerão em outras regiões. Torceremos para que estejam certos, para que a região passe a ter uma climatologia equilibrada. Porém, mesmo assim é preciso investir exageradamente na prevenção com a implantação de políticas públicas adequadas que proporcionem segurança a população em casos de imprevistos climáticos. A população atingida pelas tragédias do clima quer respostas para as reais causas. A ciência da meteorologia precisa de estudos mais profundos com base na oceanografia, geofísica, sociologia entre tantas outras que venham auxiliar e esclarecer as populações afetadas.

OBS. Estamos iniciando o projeto para a realização do III EFAMuC com data prevista para 06 e 07 de outubro próximo aqui em Araranguá.