05 dezembro, 2014

FÓRUM PERMANENTE DE RESTAURAÇÃO E REVITALIZAÇÃO DO RIO MÃE LUZIA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ARARANGUÁ / SC.



Cidadania Ambiental

Araranguá – SC, 02 de dezembro de 2014
(48 / 9985.0053 Vivo)









Ao nosso modo, com outro olhar e outra atitude, estamos fazendo e registrando a história socioambiental de Araranguá e Região Sul de Santa Catarina. Participe também, seja nossa parceira/o nesta voluntária empreitada em defesa da natureza e de uma melhor qualidade de vida para toda população.
OBS. Lembrando que o simples ato de recomendar, comentar ou divulgar a leitura destas mensagens ou do blog a outras pessoas já é uma atitude ecologicamente correta!

‘’AQUI O MEIO AMBIENTE É TRATADO COM SERIEDADE, INDEPENDÊNCIA E ÉTICA!
BUSCAMOS DE FORMA ESTRITAMENTE VOLUNTÁRIA O EQUILÍBRIO ECOLÓGICO,
POR ISSO COMBATEMOS QUALQUER TIPO DE RADICALISMO OU EXTREMISMO’’


(Publicado também no jornal O TEMPO DIÁRIO, VOZ DO SUL e no site da CONTATO, no FACEBOOK, além da publicação do link SOCIOAMBIENTALISMO em vários outros sites e blogs)

FÓRUM PERMANENTE DE RESTAURAÇÃO E REVITALIZAÇÃO DO RIO MÃE LUZIA.
           

Atendendo convite do escritor e professor Carlos Renato Carola da UNESC participei do lançamento desta corajosa iniciativa, ocorrida no dia 28/11/2014, no Teatro das Águas em Nova Veneza/SC. Mesmo chegando atrasados pegamos a parte mais interessante, onde na mesa estava o Procurador da República Darlan Dias fazendo uma apresentação do Termo de Ajuste de Condutas (TAC) resultante da condenação das mineradoras que pelo andar da carruagem levará décadas para ser devidamente cumprida, enquanto que novas empresas mineradoras continuam abrindo minas de carvão e destruindo e poluindo tudo por onde passa, com a conclusão técnica do professor Carlyle Bezzerra Torres da UNESC, especialista em contaminação das águas pelos resíduos piritosos do carvão que apresentou um caótico cenário do Mãe Luzia com propostas para a recuperação restauração.


            Finalizando a manifestação dos componentes da mesa, falou o reitor da UNESC Gildo Volpato, o prefeito municipal Evandro Gava que estava ao lado do presidente do Poder Legislativo Alberto Ranascoski. Registrando que na ponta da mesa esteve sentado o deputado Benedet que ousou dizer que agora existe mineração limpa e sustentável, mas ainda bem que chamaram o veneziano Gilberto Nuremberg, para sentar justamente na cadeira do parlamentar que teve que sair mais cedo e então fez um emocionante depoimento!!!
            Encerrada as apresentações o cerimonial abriu o debate público onde houve várias intervenções de elogio aos organizadores do Fórum e muitas críticas a atividade carbonífera, no entanto o que mais encantou o público foram as palavras do araranguaense Zaga do Caverá que declamou versos e prosas sobre o Morro dos Conventos, a Barra e o Rio Araranguá, uma forma poética de pedir para que parem com a poluição das nossas águas!
OBS. Agradeço aos que mencionaram meu nome, principalmente ao elogio do Dr. Darlan!
            Pessoalmente vejo uma tarefa difícil, mas não impossível, pois para despoluir o Rio Mãe Luzia é preciso ''parar com a mineração do carvão em toda a bacia do Mãe Luzia'', uma árdua luta contra os poderosos donos das minas que tem forte apoio da classe política. Certamente estaremos juntos apoiando, pois acreditamos na sábia afirmação da   antropóloga Margaret Mead, quando diz:

"Nunca duvide que um pequeno grupo de cidadãos preocupados e comprometidos possam mudar o mundo; de fato é só isso que o tem mudado!".






Abaixo transcrevi trechos postados no Portal Nova Veneza como também utilizei as imagens do fotógrafo Willians Biehl:

Ademar Arcângelo Cirimbelli ·  Até 1950 (aproximadamente), as águas do Rio Mãe Luzia - que integra a Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá - eram límpidas, transparentes e piscosas. Na localidade de Mãe Luzia, dava-se a captação de água para o abastecimento de Criciúma! Hoje, é o mais poluído dessa Bacia Hidrográfica. Com o apoio de todos os segmentos da Sociedade, essa triste realidade poderá ser revertida. Parabéns e sucesso aos que tiveram a iniciativa de instituir o Fórum Permanente.

Um grande público, entre comunidade, prefeitos, vereadores e autoridades, participou do evento. “Fico feliz que a Unesc esteja inserida neste momento. Temos um compromisso de promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Eu quero ver esse Rio limpo e despoluído. Quero ver crianças tomando banho. Quero ver crianças pescando”, comentou o reitor da Unesc, Gildo Volpato.
“Esse momento nos leva a uma reflexão: o que queremos para o futuro, para nossos filhos e netos? Temos de encarar isso de uma forma muito séria e hoje damos um primeiro passo para isso”, destacou o prefeito de Nova Veneza, Evandro Gava.
“Eu vi a morte do Rio Mãe Luzia e não verei a ressurreição, mas desejo que nossos bisnetos vejam esse Rio recuperado. Isso vai ser a alegria do povo, porque não tem coisa melhor do que ter água pura”. A afirmação é do aposentado Gilberto Nuremberg, de 81 anos. Ele lembrou que no passado tomou banho e pescou no Rio Mãe Luzia, quando ali ainda tinha peixe e vida.

O Fórum

O Fórum será responsável por articular um movimento para cuidar e tratar do Rio Mãe Luzia. “Só a atuação judicial e a ação do Ministério Público não funcionam se não vierem acompanhados de uma conscientização da comunidade”, lembrou o procurador da república Darlan Airton Dias.
“Não podemos falar em restauração se não resolvermos o problema da poluição como um todo”, salientou o professor doutor Carlyle Torres Bezerra de Menezes, integrante da comissão do Rio Mãe Luzia.
O deputado federal Ronaldo Benedet e o presidente da Câmara de Vereadores de Nova Veneza, que integra a comissão do Rio, Alberto Ranacoski, também participaram da mesa de criação do Fórum.

O carvão

O procurador da república Darlan Airton Dias explicou que por décadas a mineração foi feita sem muitos cuidados, sendo que o Rio era usado, inclusive, como lavador do carvão. “De cada 100 toneladas retiradas na região, apenas 35 toneladas são de carvão. O restante é pirita”, comentou. A pirita, em contato com a água, forma o ácido sulfúrico. “O carvão não é a única fonte de poluição do Rio, mas com certeza é a que mais contribuiu para isso”, destacou.
Darlan trouxe dados sobre a mineração na região. Atualmente há 807 bocas de mina, sendo que 189 delas lançam água poluída. “São mais de 5 mil hectares de área degradada. E metade dessa área afeta o Rio Mãe Luzia”, informou.

Era uma vez o Rio Mãe Luzia

Tudo começou a partir do livro “Era uma vez o Rio Mãe Luzia”, escrito pelo professor do curso de História da Unesc, Carlos Carola, e pelo egresso, também do curso de História, Nilso Dassi. Após o lançamento da obra, Carola foi procurado para dar vida à restauração do Rio. Foi então que se formou uma comissão, formada por representantes das cidades de Nova Veneza, Siderópolis, Forquilhinha, Maracajá e Treviso, além da Unesc, que vai dar suporte técnico ao Fórum.

O trajeto do rio

O Mãe Luzia nasce no município de Treviso, passando, aproximadamente, nove quilômetros distantes do centro de Siderópolis, percorrendo as áreas centrais das cidades de Nova Veneza, Forquilhinha e Maracajá. Quando se junta com o Rio Itoupava forma o maior rio da região sul-catarinense: o Rio Araranguá. O Mãe Luzia recebe afluentes de diversos rios menores. Pela margem direita, Pio, Manim, Jordão, Dondolo (ou Vargem), São Bento (Gurapari), Manoel Alves e Itoupava; pela margem esquerda, rios Dória, Ferreira, Morosini, Fiorita e Sangão.
Davi Carrer | Fotos: Willians Biehl

TEMAS QUE PODEREMOS ABORDAR NA PRÓXIMA EDIÇÃO:
Ø  AVALIAÇÃO DO PROJETO ORLA EM ARARANGUÁ E NO ARROIO
Ø  AVALIAÇÃO DO SEMINÁRIO PROMOVIDO PELO MPE/SC NO HOTEL MC
Ø  AVALIAÇÃO DA AP DA JUSTIÇA E DO MP FEDERAL NO AUDITÓRIO DA UFSC EM ARARANGUÁ