07 abril, 2014

Diretor de fotografia Marx Vamerlatti traz do berço a paixão pelo cinema

Diretor de fotografia Marx Vamerlatti traz do berço a paixão pelo cinema

Influenciado pelo pai, que tinha uma locadora e uma produtora de vídeos, ele é hoje um dos principais profissionais da área no Estado

Juliete Lunkes
FLORIANÓPOLIS

Flávio Tin/ND

Aos 37 anos, Marx Vamerlatti já tem carreira consolidada no cinema catarinense

A paixão pelo cinema que surgiu ainda na infância hoje obriga com certa frequência o diretor de fotografia Marx Vamerlatti a gastar alguns minutos explicando às pessoas qual é exatamente a sua profissão. Influenciado pelo pai, um amante da sétima arte que chegou a montar uma locadora e uma produtora de vídeo, Marx cresceu sem nenhuma dúvida do que queria fazer da vida. Foi em Araranguá, cidade onde cresceu, no sul do Estado, que ele pegou pela primeira vez em uma câmera, com o aval do pai.
Como Santa Catarina ainda não tinha faculdade de cinema quando Marx concluiu o ensino médio, ele acabou cursando alguns semestres de publicidade e propaganda em Blumenau e, mais tarde, mais alguns de história na Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), época em que abriu um curso de extensão em cinema na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e ele pode enfim ter o primeiro contato acadêmico com o que já vinha fazendo há alguns anos.
Quando estava finalmente disposto a se formar em história simplesmente para ter um diploma, a Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina) abriu seu curso de cinema, e lá foi Marx viver a etapa crucial de sua carreira. Apesar de já ter participado da produção de alguns filmes, foi nessa fase em que passou a ser convidado com mais frequência para trabalhar em obras de maior peso. “Muita gente entra na faculdade de cinema pelo glamour da profissão, mas na minha turma, por exemplo, além de mim só se formou mais um”, observa.
Mesmo tendo sempre alimentado o desejo de dirigir filmes, a aproximação precoce com a área de operação acabou levando Marx naturalmente para fotografia, especialmente após ter sido nomeado para a função durante a produção de um curta ainda no curso pré-universidade. Hoje, Marx conseguiu se consolidar na área e já se tornou reconhecido inclusive por diretores de outros Estados.

Carreira consolidada
 Da época em que ainda menino, fuçando no equipamento do pai, começava a entender a operação de uma câmera até hoje, Marx, aos 37 anos, já pode dizer que chegou onde almejava. A sensação de finalmente ter conquistado seu espaço começou a apontar em 2008, quando após anos acumulando uma série de curtas no currículo, chegou em suas mãos a primeira proposta de produção de um longa-metragem. “Fazer longa é viciante, é amor a primeira vista e a realização profissional. Tu quer fazer mais e mais porque isso é o cinema”, explica.
Hoje, Marx já se dá ao direito de escolher a dedo as obras que quer participar, privilégio inconcebível para qualquer profissional em início de carreira. Há algumas semanas ele concluiu as gravações do filme “Celular”, do diretor paulista Jeferson De, que teve suas locações rodadas em Florianópolis e trouxe no elenco nomes como Maria Fernanda Cândido e Bruna Linzmeyer. O longa ainda não estreou, mas Marx já sabe bem o que esperar dele. “O próprio Jeferson chegou para mim e disse que provavelmente esse filme será o mais importante da minha carreira até agora e que me dará a maior visibilidade”. Apesar disso, ele jura que fama, dinheiro ou mesmo prêmios não são e nunca foram sua prioridade. “Só quero viver de maneira digna. Meu trabalho vem sempre em primeiro lugar, não sei fazer outra coisa e sou feliz assim”.
Publicado em 07/04/14-10:23