‘’ABATE HUMANITÁRIO’’
Que o homem às vezes é mais irracional que os animais é um fato. Atrocidades existem desde que o ser humano começou a perder o equilíbrio da razão pela disputa de espaço, poder e bens materiais. Entidades voltadas à defesa dos Direitos Humanos continuam a denunciar violência em todo o planeta, com significativos avanços em alguns países. Agora o que é preciso urgentemente ser discutido e de forma pública é a violência contra os animais (na mesma linha defendida por Brigitte Bardot).
Aqui em Araranguá atuamos num movimento contra os maus tratos aos cães de rua (estamos em vias de processar os covardes agressores). A caça predatória na região continua causando revolta, principalmente de espécies ameaçadas de extinção. No início do ano, repassamos a todas as autoridades do estado uma grave denúncia sobre as violentas formas utilizadas para enfurecer animais nos rodeios, como por exemplo, apertando seus órgãos genitais ao extremo. E tem ainda a barbárie da tradicional herança cultural açoriana da ‘’farra do boi’’ e o inadequado transporte de animais, mas o que mais tem nos causado revolta e indignação é a forma cruel e brutal como alguns matadouros abatem os animais, como os bovinos e suínos que são a pauladas. Isto é revoltante! A forma caracteriza crime pela explícita violência enquadrando-se na Lei de Crimes Ambientais No. 9.605/98. Art. 32 – Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.
Existem outras formas de abate sem causar tanto sofrimento aos animais, como o abate humanitário, que pode ser é realizado, por exemplo, através de armas específicas ou de ‘’métodos humanitários’’ que promovam a insensibilização dos animais.
O apelo é endereçado as autoridades responsáveis pela fiscalização e proteção de animais, como também aos legisladores, que podem propor a criação de um selo de qualidade para o ‘’abate humanitário’’ e/ou para a ‘’carne ética’’, desde restaurantes, supermercados até aos matadouros que adotarem programas, normas e formas de abate consideradas ‘’suportáveis’’ com o menor sofrimento possível dos animais, sistema já adotado em outros países.
Tadeu Santos
Ambientalista
Araranguá SC, 17/07/06.
Este espaço foi criado com objetivo de provocar o debate, a aproximação, a crítica, a troca de informações e idéias, como também a pesquisa de questões socioambientais da região sul de Santa Catarina. Considerada uma das 14 áreas mais críticas ambientalmente do país em consequência da poluição gerada pela atividade carbonífera, é também castigada pela violência das águas e dos ventos, com enchentes que destroem e matam, além de ser epicentro do furacão Catarina - o primeiro do Atlântico Sul.
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