MAIS ALGUMAS NOTAS SOBRE A DRAMÁTICA JORNADA HOSPITALAR EM CRICIÚMA
Desde 2014, quando
tomei conhecimento do câncer na próstata, tenho compartilhado minha experiência
com a vigilância ativa como forma de encorajar pessoas a enfrentar a doença que
não apresenta sintomas, mas mata muita gente. Durante a aplicação de hormônios para iniciar o tratamento
radioterápico do câncer na próstata, surgiram efeitos colaterais como a
oscilação da temperatura corporal ora quente ora fria.
Para melhor
esclarecimento transcrevo aqui o depoimento conjunto da minha filha Juliana e
do meu filho Marx: (((Cerca de 5 meses
atrás meu pai passou a ficar estranho, muito quieto e recluso até que começou a
ter dificuldade de se expressar e sintomas de desorientação e confusão mental,
foi quando eu, meu irmão e minha mãe começamos a ficar atentos e preocupados. A
princípio achamos que poderia ser efeito dos hormônios para o tratamento do
câncer de próstata ou início de Alzeimer, mas no dia 12/07 foi quando
percebemos que ele não estava nada bem porque simplesmente não conseguia falar,
apenas a palavra “não”.
Decidimos levar rapidamente para a emergência da Unimed em Criciúma
achando que poderia ser um derrame. Porém eu e meu irmão fomos bruscamente
surpreendidos com a notícia que nosso pai estava com um tumor enorme na cabeça
revelado pela tomografia. O médico plantonista da Unimed não teve o mínimo de
cuidado e empatia ao me informar o que estava acontecendo com o meu pai, eu e
meu irmão entramos em desespero porque imaginamos naquele momento que este
tumor na cabeça seria, então, metástase por conta do câncer de próstata
descoberto e sendo acompanhado há 6 anos.
O encaminhamento foi transferir para o Hospital São João Batista para
ser avaliado pela equipe de neurocirurgiões e porque a Unimed estava dando
preferência para o atendimento dos casos de Covid.
E assim começou a angustiante jornada hospitalar. No São João
Batista realizaram uma ressonância magnética que indicou ser um meningioma enorme
do tamanho de uma laranja e a decisão foi realizar uma cirurgia de emergência
porque o edema cerebral estava muito grande e se nada fizesse entraria em coma.
Foi o edema que deu os sinais porque atingiu a área responsável pelo
cognitivo. E assim eu e meu irmão que
permanecemos como acompanhantes não tivemos escolha, nosso pai tinha que ser
operado às pressas, mesmo sabendo que ele sempre teve medo de cirurgia, tanto
que tinha optado pela radioterapia para o tratamento do câncer de próstata,
além de saber que se tratava de uma cirurgia complexa e de alto risco, ainda
mais que nosso pai é cardíaco e diabético.
Continuando meu
relato e seguindo a trajetória descrita acima pelos meus dois heróis protetores,
no início de julho surgiu outro problema do qual achei que fosse mais um
sintoma causado pelo efeito colateral da aplicação dos hormônios, mas inesperadamente
surgiu um tumor intracraniano na meninge, benigno, conhecido como meningioma,
do qual passei por uma delicada e complexa neurocirurgia que estou me
recuperando, mesmo com as dificuldades causadas pela ardilosa diabetes.
Uma estranha
coincidência é que adotei ‘’isolamento social, presencial e virtual’’ na aldeia
em que habito mesmo antes do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (
OMS ) em decorrência da pandemia do COVID-19. A minha reclusão pessoal foi
determinada por uma série de motivos de ordem pessoal e política/ideológica,
enquanto que o isolamento e o distanciamento da pandemia do COVID-19 são para
se preservar da maldita ameaça viral que já matou mais de 120 mil no Brasil e
poderá chegar a um milhão em todo mundo...
A partir de 2016
deixei de participar dos movimentos sociais onde tinha participação ativa como
cidadão/ambientalista, já que participava desde o final da década de 80,
principalmente de cunho socioambiental, como o CONAMA, Comitê de Bacias, COAMA,
Conselho do Parque Nacional do Itaimbezinho e do Fortaleza (PARNAS) e de tantos
outros de âmbito municipal e estadual, com muitas derrotas/decepções/traições,
porém com significativos avanços sociais e ambientais para os ecossistemas e o
coletivo!
Em maio deste ano me
‘desliguei total’ das redes sociais, do qual estou agora retornando. O meu
desligamento foi espontâneo, mas depois compreendi que foi por conta dos
sintomas do edema cerebral causado pelo meningioma.
Destaco o profissionalismo
do Neurocirurgião Andre Nesi e a equipe do Hospital São João Batista, que me
acompanharam durante os 18 dias de internação, além das orientações médicas dos
profissionais especialistas relacionados abaixo.
Radioterapeuta Felipe
Quintino Kuhnen (H São José))
Oncologista Kleber
Dal Toé ((ONKOLÓGICA))
Cardiologista Ari
Girardi Jr ((Cardio Day))
Urologista Rafael de
Conti ((UROMAIS))
Endocrinologista
Calisqui F Brandenburg ((Clínica Inspirar))
Oftalmologista Gustav
Auwaerter
Agradeço o incansável
empenho e dedicação da família na maratona hospitalar em plena pandemia, em
especial dos filhos Marx e Juliana com o apoio incondicional da esposa Kátia!!!
NOTA: Nota: Embora
todas as precauções tenham sido tomadas para evitar complicações na
neurocirurgia, riscos potenciais podem incluir infecção, sangramento excessivo
durante e após a intervenção cirúrgica, dificuldade de deglutição, acidente
vascular cerebral, convulsões diversas, fraqueza ou paralisia e outras
complicações... Ontem o neurocirurgião fez uma avaliação positiva do meu quadro
clinico. Agora vamos torcer para que a recuperação continue avançando e que a
radioterapia elimine o câncer maligno na próstata!
OBS: mais informações a respeito dos atos e fatos da incrível jornada serão oportunamente publicados no meu blog www.tadeusantos.blogspot.com