01 setembro, 2020


 MAIS ALGUMAS NOTAS SOBRE A DRAMÁTICA JORNADA HOSPITALAR EM CRICIÚMA

Desde 2014, quando tomei conhecimento do câncer na próstata, tenho compartilhado minha experiência com a vigilância ativa como forma de encorajar pessoas a enfrentar a doença que não apresenta sintomas, mas mata muita gente. Durante a aplicação de  hormônios para iniciar o tratamento radioterápico do câncer na próstata, surgiram efeitos colaterais como a oscilação da temperatura corporal ora quente ora fria.

Para melhor esclarecimento transcrevo aqui o depoimento conjunto da minha filha Juliana e do meu filho Marx: (((Cerca de 5 meses atrás meu pai passou a ficar estranho, muito quieto e recluso até que começou a ter dificuldade de se expressar e sintomas de desorientação e confusão mental, foi quando eu, meu irmão e minha mãe começamos a ficar atentos e preocupados. A princípio achamos que poderia ser efeito dos hormônios para o tratamento do câncer de próstata ou início de Alzeimer, mas no dia 12/07 foi quando percebemos que ele não estava nada bem porque simplesmente não conseguia falar, apenas a palavra “não”. 

Decidimos levar rapidamente para a emergência da Unimed em Criciúma achando que poderia ser um derrame. Porém eu e meu irmão fomos bruscamente surpreendidos com a notícia que nosso pai estava com um tumor enorme na cabeça revelado pela tomografia. O médico plantonista da Unimed não teve o mínimo de cuidado e empatia ao me informar o que estava acontecendo com o meu pai, eu e meu irmão entramos em desespero porque imaginamos naquele momento que este tumor na cabeça seria, então, metástase por conta do câncer de próstata descoberto e sendo acompanhado há 6 anos.  O encaminhamento foi transferir para o Hospital São João Batista para ser avaliado pela equipe de neurocirurgiões e porque a Unimed estava dando preferência para o atendimento dos casos de Covid.

E assim começou a angustiante jornada hospitalar. No São João Batista realizaram uma ressonância magnética que indicou ser um meningioma enorme do tamanho de uma laranja e a decisão foi realizar uma cirurgia de emergência porque o edema cerebral estava muito grande e se nada fizesse entraria em coma. Foi o edema que deu os sinais porque atingiu a área responsável pelo cognitivo.  E assim eu e meu irmão que permanecemos como acompanhantes não tivemos escolha, nosso pai tinha que ser operado às pressas, mesmo sabendo que ele sempre teve medo de cirurgia, tanto que tinha optado pela radioterapia para o tratamento do câncer de próstata, além de saber que se tratava de uma cirurgia complexa e de alto risco, ainda mais que nosso pai é cardíaco e diabético.

Continuando meu relato e seguindo a trajetória descrita acima pelos meus dois heróis protetores, no início de julho surgiu outro problema do qual achei que fosse mais um sintoma causado pelo efeito colateral da aplicação dos hormônios, mas inesperadamente surgiu um tumor intracraniano na meninge, benigno, conhecido como meningioma, do qual passei por uma delicada e complexa neurocirurgia que estou me recuperando, mesmo com as dificuldades causadas pela ardilosa diabetes.

Uma estranha coincidência é que adotei ‘’isolamento social, presencial e virtual’’ na aldeia em que habito mesmo antes do recomendado pela Organização Mundial da Saúde ( OMS ) em decorrência da pandemia do COVID-19. A minha reclusão pessoal foi determinada por uma série de motivos de ordem pessoal e política/ideológica, enquanto que o isolamento e o distanciamento da pandemia do COVID-19 são para se preservar da maldita ameaça viral que já matou mais de 120 mil no Brasil e poderá chegar a um milhão em todo mundo...

A partir de 2016 deixei de participar dos movimentos sociais onde tinha participação ativa como cidadão/ambientalista, já que participava desde o final da década de 80, principalmente de cunho socioambiental, como o CONAMA, Comitê de Bacias, COAMA, Conselho do Parque Nacional do Itaimbezinho e do Fortaleza (PARNAS) e de tantos outros de âmbito municipal e estadual, com muitas derrotas/decepções/traições, porém com significativos avanços sociais e ambientais para os ecossistemas e o coletivo!

Em maio deste ano me ‘desliguei total’ das redes sociais, do qual estou agora retornando. O meu desligamento foi espontâneo, mas depois compreendi que foi por conta dos sintomas do edema cerebral causado pelo meningioma.

Destaco o profissionalismo do Neurocirurgião Andre Nesi e a equipe do Hospital São João Batista, que me acompanharam durante os 18 dias de internação, além das orientações médicas dos profissionais especialistas relacionados abaixo.

Radioterapeuta Felipe Quintino Kuhnen (H São José))

Oncologista Kleber Dal Toé ((ONKOLÓGICA))

Cardiologista Ari Girardi Jr ((Cardio Day))

Urologista Rafael de Conti ((UROMAIS))

Endocrinologista Calisqui F Brandenburg ((Clínica Inspirar))

Oftalmologista Gustav Auwaerter

Agradeço o incansável empenho e dedicação da família na maratona hospitalar em plena pandemia, em especial dos filhos Marx e Juliana com o apoio incondicional da esposa Kátia!!!

NOTA: Nota: Embora todas as precauções tenham sido tomadas para evitar complicações na neurocirurgia, riscos potenciais podem incluir infecção, sangramento excessivo durante e após a intervenção cirúrgica, dificuldade de deglutição, acidente vascular cerebral, convulsões diversas, fraqueza ou paralisia e outras complicações... Ontem o neurocirurgião fez uma avaliação positiva do meu quadro clinico. Agora vamos torcer para que a recuperação continue avançando e que a radioterapia elimine o câncer maligno na próstata!                         

OBS: mais informações a respeito dos atos e fatos da incrível jornada serão oportunamente publicados no meu blog www.tadeusantos.blogspot.com