02 maio, 2014

MANIFESTO EM FAVOR DA VIDA - Diocese de Criciúma / SC

Manifesto em favor da vida

Somos a favor da vida! A cada ano a Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil tem se manifestado em favor da vida através da Campanha da Fraternidade promovida pela CNBB e que nos dá o caminho a ser seguido.
No ano de 1979 a Igreja Católica iniciou sua trajetória de campanhas como tema: “Preserve o que é de todos” Já se falava em preservar a água, o ar, a flora e a fauna. Em 2004 novamente a Igreja Católica sai para as ruas com o tema: “Fraternidade e Água” e o lema: Água Fonte de Vida” ressaltando a importância de se preservação da água, sendo esta uma necessidade de todos os seres vivos.
Em 2007 com tema: “Fraternidade e Amazônia” e o lema “ Vida e Missão Neste Chão” questionava o desmatamento, a destruição de nossas florestas, e com isso também a destruição de nosso planeta. Outras campanhas com o mesmo enfoque foram organizadas nos anos seguintes.
Então em 2011 a CNBB traz à tona  uma discussão urgente: Fraternidade e Vida noPlaneta, “A Criação Geme em Dores de Parto”. Precisamos acordar! Precisamos nos unir! Precisamos cuidar! Precisamos entender o que o Criador nos falou no Gênesis, quando depois de tudo ter criado “Viu que tudo era muito bom”.
A Diocese de Criciúma sempre tem se manifestado em favor da vida. Seguindo a orientação da CNBB na campanha da Fraternidade de 2011 nossa Diocese publicou na Revista da própria Diocese na edição de junho/julho o Manifesto contra a instalação da Usitesc (Usina Termoelétrica Sul Catarinense), embasada em informações de professores ligados às questões ambientais da UNESC ( Universidade do Extremo Sul Catarinense) representantes dos Movimentos Ambientais da Região Sul Catarinense e também de lideranças locais.
Fala-se em recuperação dos antigos passivos de mineração, entendendo o termo “Recuperar”, como devolver algo que está deteriorado ou defasado ao seu estado ou condição anteriormente normal e satisfatório. Entre os minerais extraídos em nossa região o carvão tornou-se um câncer incurável, nossos rios estão completamentepoluídos e sem vida. A água destes rios não servem para consumo emnenhum ramo de agricultura ou indústria. Mesmo que algum processo de despoluição fossefeita, ainda assim estas águas continuariam impróprias para uso ou consumo humano, animale vegetal. Como podemos constatar, a recuperação é algo inatingível; a água, nosso bemmaior, está sendo usurpado por empresas mineradoras particulares que tentam nos fazeracreditar que a energia produzida através da queima do carvão é necessária as reservasnacionais.
Nossa Diocese se manifesta a respeito deste assunto também no Plano Diocesano dePastoral 2012-2016 no artigo 31, página 21, quando aponta a realidade das cidades dentro do território diocesano que sofreram e sofrem com a extração do carvão, areia e argila.
Diante desta realidade solicitamos a todos as pessoas que de uma forma ou de outra estejam envolvidas com o próximoLeilão de Energia, que tenham o mínimo de bom senso. Nosso povo está ficando sem água potável. Famílias estão sendo abastecidas por caminhões pipa onde antes nunca havia faltado água. Nossa agricultura, nossa pesca, nossa subsistência está por um fio.
Estudos nosmostram que a obtenção de energia por meios que agridem o meio ambiente é letal asobrevivência do ser humano.
Diante deste contexto nós, fieis e integrantes da Diocese de Criciúma, amparados por estudos ambientais, nos posicionamos contra a inclusão do carvão mineral no Leilão deEnergia.
Sem mais, nos colocamos a disposição para aprimorar esta discussão e aprofundar o debate sobre as formas mais justas e ambientalmente coerentes para a geração de energia, sendo limpa e sustentável.

 
Atenciosamente...



Dom Jacinto Inácio Flach
 
Criciúma -SC 12 de dezembro de 2013