Cidadania
Ambiental
Araranguá – SC, 06 de maio de 2014
(48 / 9985.0053 Vivo)
Ao nosso modo, com outro olhar e outra atitude, estamos fazendo e
registrando a história socioambiental de Araranguá e Região Sul de Santa
Catarina. Participe também, seja nossa parceira/o nesta voluntária empreitada
em defesa da natureza e de uma melhor qualidade de vida para toda população.
OBS. Lembrando que o simples ato de recomendar,
comentar ou divulgar a leitura destas mensagens ou do blog a outras pessoas já
é uma atitude ecologicamente correta!
‘’AQUI O MEIO AMBIENTE É TRATADO COM SERIEDADE,
OBJETIVIDADE, INDEPENDÊNCIA E ÉTICA!
BUSCAMOS DE FORMA
ESTRITAMENTE VOLUNTÁRIA O EQUILÍBRIO ECOLÓGICO,
POR ISSO COMBATEMOS QUALQUER TIPO DE RADICALISMO OU
EXTREMISMO’’
(Publicado
também no jornal O TEMPO DIÁRIO, VOZ DO SUL e no site da CONTATO, no FACEBOOK,
além da publicação do link SOCIOAMBIENTALISMO em vários outros sites e blogs)
ARARANGUAENSES VISITAM
SUPERINTENDENTE DO DNIT E O CONVIDAM A VISTORIAR OS ACESSOS DO CONTORNO DE
ARARANGUÁ
Após a inauguração do Contorno de Araranguá publicamos notas
e fotos sobre as deficiências da magnífica obra rodoviária, obra que foi uma
histórica conquista da sociedade civil organizada araranguaense. Desde a
insuficiente sinalização e iluminação, como também pelos confusos acessos que
necessitam ser ajustados para mais segurança dos usuários, além do compromisso
assumido durante o processo de licenciamento ambiental de entregar o trecho
federal todo revitalizado ao Município de Araranguá.
A empresária Suzi Canela Becker tomou a iniciativa e buscou
apoio do deputado José Milton Schaeffer para articular reunião com o Vissilar
Pretto, Superintendente do DNIT, do qual ocorreu no dia 28 em Florianópolis.
Além do deputado Schaeffer e da Suzi Becker, estavam também Richard Becker,
Restaurante Becker; Alysson Clezar Real Pneus; Norma Silva Pé na Trilha; Tiago
Salvaro do Grupo Mazzuco e eu como integrante da ONGSN e presidente do COAMA e
destacando o vereador Ozair Banha da Silva presidente do Poder Legislativo de
Araranguá.
O Superintendente assumiu o compromisso de vir até
Araranguá, entre 15 e 22 de maio, para vistoriar os respectivos acessos, como
também ver junto com o prefeito Sandro Maciel a questão da municipalização do
trecho, atendendo assim a carta protocolada no DNIT/MT em 2008 pelo então
prefeito Mariano Mazzuco.
A partir de amanhã passarão a ter reuniões objetivando articular com segmentos organizados e entidades representativas municipais como reforço ao movimento por um Contorno de Qualidade, de Conforto e de Segurança aos usuários da Rodovia BR-101 e da nossa futura “”Avenida Paulista”” da Cidade das Avenidas.
A partir de amanhã passarão a ter reuniões objetivando articular com segmentos organizados e entidades representativas municipais como reforço ao movimento por um Contorno de Qualidade, de Conforto e de Segurança aos usuários da Rodovia BR-101 e da nossa futura “”Avenida Paulista”” da Cidade das Avenidas.
QUEIMA DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS: ANDANDO
NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA!
Não
é apenas na China que ainda estão abrindo novas minas de carvão mineral, pois
aqui no sul de Santa Catarina esta famigerada atividade que tantos malefícios
provoca, continua tentando acabar de vez com a integridade dos recursos
naturais, principalmente da água e do ar, como também compromete a
biodiversidade atingindo à saúde pública, em especial a do trabalhador mineiro
e por fim com a emissão de gases efeito estufa.
Como
a poluição causada pela extração e queima do combustível fóssil não mata na
hora como a violência urbana ou trânsito, tanto o Estado quanto à população
pouco ou nada fazem para conter este desequilibrado processo degradatório e
porque não criminoso, já que para garantir estrondosas margens de lucro, o
setor (mineradoras e térmicas) desobedece à legislação a todo o momento!
A
injustiça ambiental inicia com a concessão de lavra fornecida pelo DNPM a
empresas sem nenhum critério, prevenção ou precaução ambiental ferindo o art
225 da CF, seguido dos fantásticos EIA-RIMAs que transformam qualquer atividade
impactante em apenas gerador de divisas e empregos, passando pela Audiência
Pública que em um reduzido tempo de duas ou três horas manipula uma espécie de
legitimidade ao órgão licenciador e a partir daí os recursos naturais passam a
sofrer brutais agressões para produzir lucro ao minerador empreendedor.
Ao
atribuir a União o direito do subsolo deveria ser por questões de segurança
nacional e não para distribuir riquezas quase de graça aos interesses privados.
Este poder dado ao DNPM deveria ser revisto, considerando a questão ecológica e
a participação dos municípios nas decisões quando seu território é ameaçado,
seja na superfície ou no subterrâneo.
O
Município de Araranguá tinha um caudaloso e exuberante rio, privilegiado com um
raro fenômeno de mudança de cor até no mesmo dia entre azulado e esverdeado,
porém até o dia que a mineração passou a ser executada a montante da bacia
hidrográfica e por incrível que possa parecer ainda continua caudaloso e exuberante,
ora azulado ora esverdeado, porém totalmente ácido e por vezes amarelado com
água de mina e barro em suspensão da rizicultura.
Na
Audiência Pública (AP), ocorrida no dia 30/04/14, na localidade rural de Vila
Madalena no Município de Maracajá, para a apresentação em power point do
projeto e respectivos estudos ambientais da ''Mina Maracajá'' da carbonífera
Metropolitana, coordenada pela FATMA com a presença do MPF, DNPM, Polícia
Ambiental POAM, autoridades políticas e de considerável público, sendo a
maioria de fora do município como uma turma de estudantes de Engenharia
Ambiental da UNESC possivelmente bancados pela mineradora, ocorreu de forma
normal sem nenhum entrevero.
Vale,
no entanto, ressaltar a quebra de tradição do Procurador da República Darlan
Dias ao solicitar a palavra inicial ao MPF quando sempre o faz ao final da
audiência, sobretudo quando levantou oito pertinentes pontos de cunho
preservacionista preventivo, destacando o questionamento sobre as alternativas
locacionais da boca de mina, como usar a da Mina Verdinho, sendo corroborado
pelos seus dois técnicos.
Na
sequência o vereador Ozair Banha da Silva, presidente do Poder Legislativo do
Município de Araranguá, solicitou a palavra justificando que teria que
participar de outro evento, quando foi prontamente cedido pelo Alexandre
Carniel Guimarães Coordenador Regional da FATMA. O Banha além de demonstrar
preocupação com o meio ambiente, criticou por não haver sido comunicado e
solicitou uma AP em Araranguá considerando que a mina entrará em subsolo
araranguaense, sendo novamente atendido pela coordenação da mesa.
Outras
tantas outras manifestações e questionamentos ocorreram de forma na grande
maioria demonstrando preocupação com rachadura no solo e possíveis
comprometimentos dos lençóis freáticos e aquíferos, concluindo com o espaço
para questionamentos verbais, iniciando com um contundente desabafo do Samuel
Matiola, jovem agricultor que sofre com os impactos da Mina 101 com reforço do
Gilmar Axé que fez uma grave denúncia sobre o excessivo uso da água e a falta
dela aos agricultores que precisam ser abastecidos com carro pipa,
posteriormente confirmado por um outro agricultor.
Minha
manifestação inicial foi ironizar a apresentação do projeto que parecia coisa
de cinema e novela, onde tudo é resolvido de forma espetacular não fosse a
realidade ser um caos na região carbonífera ou por onde as minas de carvão
passam detonando com tudo. Concordei com as preocupações e solicitação do
presidente da Câmara de Vereadores de Araranguá, excetuando a afirmação de que
não havia ninguém de Araranguá presente a não ser ele, quando enfatizei que
ocupo a atual presidência do COAMA e de conselheiro no CONAMA, em Brasília,
além de ser integrante da ONGSN.
Sugerimos
ainda que o projeto fosse encaminhado para apreciação do CGBHRA, já que terá
impactos nos recursos hídricos. E finalizando nossa participação deixamos a
proposta a FATMA e ao MPF da urgente elaboração de uma Avaliação Ambiental
Estratégica AAE em função da gravidade dos problemas e conflitos ambientais da
região carbonífera que abrange a Bacia do Araranguá, Urussanga e Tubarão, pois
todos os ecossistemas que proporcionam qualidade vida a população podem entrar
em colapso!
A conclusão da Audiência Pública foi antológica pelo fato do
prefeito Wagner da Rosa solicitar a palavra para declarar-se favorável a
instalação do empreendimento, da mesma forma que havia feito o Prezalino Ramos
presidente da Câmara de Vereadores de Maracajá. No entanto contestou a
realização de AP em Araranguá argumentando que a mina era quase toda em seu
município, quando então pedi questão de ordem, perguntado ao prefeito sobre o
Rio Araranguá, quando ele respondeu ''que o Rio Araranguá não é só nosso é de
todo mundo''. O coordenador interveio para evitar uma possível discussão,
pedindo para aguardarmos um momento para conversar com o procurador da
república, sendo que imediatamente anunciou a confirmação da AP em Araranguá e
outra em Maracajá. Agradeci e voltei a sentar!
Tadêu Santos
PRÓXIMOS ASSUNTOS:
·
A polêmica gerada com a transferência
da Favela do UCCA para um conjunto habitacional a ser construído na
Cangiquinha, Morro dos Conventos, próximo a Lagoa dos Bichos.
·
Relato comentado da apresentação dos
cinco representantes da Prefeitura de Araranguá sobre os 10 pontos
socioambientais levantados pelo COAMA no final de 2013 realizada no dia
28/04/14.