02 abril, 2019

NÃO AO CARVÃO EM TRÊS BARRAS / ORLEANS / SC. #carvaomata #naoaocarvao #carvaoepoluicao





























APONTAMENTOS PARA APRESENTAÇÃO NO
ENCONTRO DE TRÊS BARRAS/ORLEANS/SC
Tempo 20 min – Domingo, dia 29 de março/19

Tadêu Santos - Ecologista e Fotógrafo Ambiental.
·         Coordenador Geral da ONG Sócios da Natureza, criada em 5 de Junho de 1980 para defender a natureza e uma melhor qualidade de vida para a região Sul de Santa Catarina; (Entidade Jurídica sem fins lucrativos)
·         Recebemos o Prêmio Fritz Muller de 1985
·         Recebemos Menção Honrosa do Prêmio Chico Mendes instituído pelo ICMBio;

Quando recebi o convite do André para participar deste encontro de resistência a implantação de minas de carvão em território orleanense a primeira coisa que veio a minha cabeça

foi de repassar as nossas experiências nas várias missões de confronto com degradadores ambientais,

esperando que sirva de incentivo nas batalhas que irão enfrentar nesta guerra contra o poder econômico e político estabelecido na região, no estado e no país.
Nossas derrotas e nossas poucas conquistas nos ensinam a errar menos e ter mais humildade!!!

Faz-se necessário resumir o nosso movimento criado em 1980 ‘’justamente’’ pra combater a poluição do Rio Araranguá pelos resíduos do carvão...

O Movimento Sócios da Natureza teve um papel fundamental na educação ambiental, pois surgiu dentro de um colégio entre professores e alunos. Realizavam seminários, passeatas e até festival de música nativa com foco ambiental,
mas uma das ações de maior envolvimento com a população foi um abaixo assinado com 35 mil assinaturas entregue ao governador do estado.
Neste primeiro estágio como movimento, seus coordenadores tinham proximidade com a Pastoral da Ecologia, que resultou em um encontro com o Papa em Floripa, do qual foi associado ao MSN com carteirinha.

Este primeiro período como movimento foi à base sólida para passarmos a agir de outra forma com enfrentamento direto com as fontes poluidoras.

Iniciamos um movimento para a criação do Comitê de Bacias envolvendo a AMESC, a UNESC, a CASAN e a FATMA Foi o 1º presidente do Comitê de Bacias do Rio Araranguá;

Iniciamos o movimento pelo desvio da duplicação da BR-101, em Araranguá, contra tudo e contra todos, desde comerciantes, empresários, vereadores, prefeito, deputado, senador, governador e ministro dos transportes, mas tínhamos o apoio da maioria da população representada através de 49 entidades. A luz no fim do túnel surgiu no apagar das esperanças, quando o BID – o banco que iria financiar a obra da duplicação Palhoça / Osório, depois de um milagroso e-mail enviado a sede do banco em Washington, enviou uma Missão de Acompanhamento a Araranguá e a partir daí o projeto foi realizado conforme solicitado pelo Movimento pró-Araranguá. 

A ONG foi eleita para representar a Região Sul (PR, SC, RS) no CONAMA entre 2009 e 2016, do qual fui honradamente um Conselheiro da Nação;

Iniciamos as discussões pra criar estatuto e regimento e arcabouço jurídico para uma fundação ambiental, que veio a ser implantada pelo município, com o nome de FAMA junto com o Conselho de Meio Ambiente de Araranguá (COAMA).

Por esta razão é que a partir de 1996 passou a ser uma entidade jurídica com o nome de ONG Sócios da Natureza.

Combatemos ferozmente o projeto da termelétrica USITESC 440MW em Treviso... participando de todas as audiências públicas, de reuniões, de seminários e enquanto estávamos no CONAMA batíamos no Ministério de Energia, tanto que após entregarmos um Dossiê sobre os impactos da atividade carbonífera desde a extração até queima ao presidente Mauricio Tomalsquim da EPE/MME coincidentemente a ANEEL proibiu as térmicas a carvão dos leilões por três anos naturalmente que a pressão mundial contra os combustíveis fósseis e a ascensão das energias renováveis foi decisiva, mas nos honra havermos participado do processo da exclusão...

Apoiamos causas como a resistência de mina no Morro Estevão e Albino em Criciúma,
Apoiamos causas como a resistência de mina na localidade de Esperança em Içara,
Apoiamos causas como a resistência de mina na localidade São Roque.Forquilhinha
Apoiamos causas como a resistência de mina na localidade de Treviso
Apoiamos causas como a resistência de mina na localidade Espigão da Pedra em Maracajá

Com a ocorrência do furacão CATARINA realizamos três eventos EFAMuC 2005, 2009 e 2014.

Em 2011, passamos a denunciar o tráfego de carros na praia entre o Morro e a Barra, resultando em uma decisão do TRF 4 proibindo o trânsito de veículos...promovendo segurança aos banhistas, caminhantes, surfistas e pescadores, além do lixo deixado na natureza depois das festas raves... 

Tivemos e ainda temos um sério enfrentamento com a Poluição Sonora de som automotivo e de motos barulhentas.  

Algumas recomendações aos Guardiões do Costão e não apenas a Comunidade de Três Barras, mas a toda população de Orleans e dos outros municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão, que voltamos a enfatizar a importância da nossa experiência com sociedade civil organizada tendo mais derrotas que vitórias. As poucas vitórias tiveram significativos avanços pra melhorar a qualidade de vida da população e a preservação dos recursos naturais e, pra isso é necessário:

Ø  Dedicação da coordenação deve ser quase integral à causa....

Ø  Estar atento a tudo e a todos... Repito Estar atento a tudo e a todos.

Ø  Advogado de inteira confiança com atuação comprovada e conhecimento em legislação ambiental e cidadania.

Ø  Rezar pra encontrar um MPF simpático a ecologia e a saúde da população.

Ø  Criar legislação contra a atividade, mas não proibir a mineração, pois o subsolo é de domínio da União e não do Município. Esta lei foi criada pra garantir a segurança nacional, principalmente nas fronteiras e não pra permitir uma atividade poluente geralmente comandada por mafiosos da ganância infecciosa.

Ø  Mediante esta absurda legislação da União que afeta a soberania do município em proteger os recursos naturais do seu território, o município precisa recorrer a toda sua legislação existente e adaptá-las ao alcance dos direitos do município, como forma de dificultar a implantação das atividades de mineração no seu território, que deve ser considerado sagrado para assegurar e garantir a integridade da sua terra, da sua água, da sua flora, da sua fauna...

Ø  Alertamos que como anunciado pelo Ministro do Meio Ambiente, que vão acabar com o CONAMA, as responsabilidades de normatização passarão aos estados e municípios. É portanto, a oportunidade das fundações municipais, que também pertencem ao SISNAMA, criarem regras normativas para as atividades poluentes, que como no caso das minas de carvão, são no subsolo e autorizadas pelos órgãos licenciadores, a fundação de Orleans criar condicionantes a operação da empresa na superfície, dede que, desde que e desde que cumpra com a legislação municipal, como a Lei Orgânica, Plano Diretor / Estatuto das Cidade que não é apenas pro ‘urbano’ mas também para o ‘rural’; Tem a 9.433 do Comitê de Bacias; Tem o Código de Obras que pode exigir asfalto de acesso a mina por exemplo...; tem ainda o Código Ambiental e outras leis como a própria Constituição Federal. Como a região está muito próxima ao Parque Nacional do São Joaquim, se faz necessário verificar a distância da biota.  

Ø  Usar todas as redes sociais com argumentos bem fundamentados, com fotos da natureza e de depoimentos no youtube e TV se possível .... - entendam que haverá uma significativa parte da população que concorda com a mineração, mas se manterá neutra ou trabalhará pela instalação acreditando em geração de empregos e riquezas para Orleans...(sic)

 Ø  Nenhum impacto ambiental é apenas local, apenas para o Rio Laranjeiras em território orleanense, pra Bacia do Rio Tubarão ou para o Brasil, mas global, pois afeta todo planeta com a queima do carvão na Térmica Jorge Lacerda 857MW, em Capivari de Baixo/SC, contribuindo para o desequilíbrio da camada de ozônio, causando tragédias com a violência das águas e dos ventos.

OEm Araranguá, o outro único município ainda sem minas de carvão da Região Carbonífera do Sul de SC, caso algum dia venham a vencer a vontade da população que não quer mina, pois já basta a poluição do Rio Araranguá, exigiremos asfalto em todo acesso a mina, abastecimento de energias renováveis para o empreendimento e comunidades afetadas, monitoramento de toda a dinâmica da mina por uma equipe multidisciplinar composta por... 

Calorosas discussões com autoridades, debates públicos em audiências e seminários, críticas na mídia como empecilhos ao desenvolvimento econômico, represálias, perseguição e ameaças, além de processos judiciais contra a minha pessoa, mas existem as recompensas como o título de ‘Cidadão Araranguaense’ pelos serviços prestados ao Meio Ambiente, sendo o quarto na história do município. Isto e muito gratificante!!!

Participação na elaboração de um Capítulo sobre carvão no livro: MEMÓRIA E CULTURA DO CARVÃO EM SC coordenado pelo Renato Carola e o prefácio do ERA UMA VEZ O RIO MÃE LUZIA, de autoria do Carlos Renato Carola da UNESC e o Nilso Dassi.

Carvão mata, não na hora como a violência urbana ou de trânsito, mas paulatinamente vai matando os ecossistemas... comprometendo a saúde da população... e o estado nada faz...
    
Mineradora é multada em R$ 700 mil por jogar rejeitos no Rio Mãe Luzia
Não adiantar advertir, não adianta multar, eles recorrem e não pagam. A solução é fechar as degradantes minas de carvão e, deixar este combustível fóssil onde está (sem causar nenhuma agressão à Vida) como uma espécie de reserva energética para o futuro (que pode não ser tão distante pelo andar da carruagem...), quando não existir mais sol e mais vento pra gerar energias limpas e renováveis!!! TadêuSantos

Protesto em localidade próxima a Porto Alegre. Prezado Iran Coelho Garayp, amanhã haverá um encontro em uma comunidade rural de Orleans, região carbonífera de Criciúma, no sul de Santa Catarina como resistência a um projeto de mina de carvão, no único município ainda preservado da região, conforme cartaz em anexo. Acreditamos que além das ações locais é interessante a gente manter troca de informações. Tempos atrás fazíamos esta ponte com o pessoal do FBOMS, AGAPAN e Amigos da Terra.   
Concluindo: a batalha nunca deve ser considerada perdida ou ganha, sempre há algo que pode mudar...!!!
tadêu santos
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COMPLEMENTO, AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO E SUGESTÕES: Em face do pouco tempo estipulado a cada palestrante, não foi possível abordar todos os itens do roteiro acima, mas acredito haver repassado a nossa mensagem de experiência e objetividade em lidar com as atividades poluentes, em especial a extração do carvão mineral.

Se o SIECESC ganhou a ADIN contra a lei municipal que proibia a exploração de carvão e a questão vai para o STF, a princípio a situação fica bem complicada para quem não quer poluição de carvão no território do Município de Orleans e da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão. Acredito que se o Município de Orleans criar uma legislação para atividade carbonífera com condicionantes bem amarradas com a Legislação Orgânica, Plano Diretor e outras relacionadas ao uso do solo e cidadania, baseadas em preceitos constitucionais, a mineradora terá que repensar seu projeto de abrir mina como se fosse abrir qualquer comércio.

O Município pode não ter legislação sobre o seu subsolo, mas tem o dever de protegê-lo de todas as formas a sua superfície, de modo que não comprometa seus recursos naturais, como a sagrada água potável e o produtivo solo.

Não proíbam a mineração nos subterrâneos, considerando que é de domínio da União, por questões de ‘segurança nacional’, ‘’’mas não para permitir que atividade comprovadamente poluente coloque em risco o equilíbrio ecológico dos ecossistemas localizados na superfície, que interagem com lençóis freáticos e sistemas de aquíferos que alimentam os lagos e rios.’’’

Não entrem em confronto com esta infeliz lei nacional, mas imponham respeito à soberania do Município de Orleans, exigindo o cumprimento das leis criadas pra defender o meio ambiente e a qualidade de vida dos orleanenses. Querem abrir mina, então que abram, ‘desde que’ atendam as exigências legitimamente aprovadas pelos poderes constituídos do Legislativo e Executivo, representantes democraticamente eleitos pela população!!!
            
Agradecemos a equipe bem organizada dos Guardiões do Costão, em especial ao André, como também a cordialidade pessoal do prefeito Jorge Koch, muito atento a todas as palestras!

Nota: Agradecemos a simpática ‘orleanense’ Lúcia Vieira, que percebendo que estávamos pedindo informações no centro de Orleans, gentilmente nos ‘guiou’ até Três Barras onde estava indo participar do evento e onde possui um sítio de família... e a todos presentes ao significativo encontro!!!  

Nota: Acrescentaria que a título de curiosidade temos o registro do movimento ambientalista da região sul de Santa Catarina de 1980 a 2008, através da ‘Dissertação de Mestrado’ da minha filha historiadora Juliana Vamerlati Santos abordando ações, estratégias, desafios e resultados da luta contra "Os senhores do Carvão" Link https://docplayer.com.br/84438499-Universidade-federal-de-santa-catarina-centro-de-filosofia-e-ciencias-humanas-programa-de-pos-graduacao-em-historia.html OU http://www.contato.net/dissertacao-da-historiadora-juliana-santos-um-olhar-socio-ambiental-da-historia/?fbclid=IwAR0W0yoIihmtNuA45Q2GxKk4edq3rtJRm5N0eCQxljsJgJKgZs6NAK8HGyk
  

Sócios da Natureza
Organização Não-Governamental Ambientalista