( ) Parte I Se prevalecer as articulações da ONU para às Conferências das Partes COP, o presidente Lula poderá indicar o governador Helder Barbalho, anfitrião do mega evento de projeção mundial, porém não aceito pelas comunidades ecológicas ou min Silveira do MME, pior ainda por ser tipo rolo compressor pró-desenvolvimento custe o que custar, mas preferimos a ministra Marina do MMA, para evitar transtornos com a complexa logística das COPs e evitar desfechos favoráveis apenas aos produtores das emissões de gases efeito estufa CO² pela queima de combustíveis fósseis, petróleo, gás e carvão...
( ) Parte II A cidade de Belém possui uma das maiores favelas do Brasil, do mesmo tamanho da parte da cidade urbanizada, tanto a pesca qto a mineração não são exemplos a serem expostos numa vitrine mundial, além da caça ilegal e do tráfico de drogas.( ) Parte III A imagem da sede da COP30 como suas políticas públicas locais e as diretrizes das políticas nacionais serão decisivas para os investidores pela preservação da maior floresta tropical do planeta...
( ) Parte IV Certamente que a pauta será o bioma Amazônico que abrange a foz atlântica e a montante os países vizinhos, de acordo com as legislações internacionais sobre gerenciamento adequado para bacias hidrográficas internacionais. A pauta seguinte será a prospecção de petróleo na margem equatoriana, um alto risco a biodiversidade maritima e fluvial do Amazonas.
Quem será o presidente da COP30?
Escolhido não pode ser líder político-partidário e deve falar inglês, ter domínio técnico do tema, capacidade de negociação e boa relação com o Planalto
A escolha da pessoa que assumirá a presidência da COP30, a realizar em novembro de 2025 em Belém, não será consensual. A coluna conversou em off com onze líderes do ecossistema brasileiro de clima que confirmaram as dificuldades para a nomeação dos dois principais cargos da COP30 —o de presidente e o de Climate Change High-Level Champion.
Foram contatados membros do governo, empresários e investidores, líderes do terceiro setor e jornalistas especializados. A ponte entre Baku e Belém já começou a ser construída pelo Ministério do Meio Ambiente, Casa Civil e Itamaraty num contexto de falta de definição. O/a presidente da COP30 deveria ter sido selecionado/a (mesmo que não fosse comunicado publicamente) antes da COP29.
Existe, porém, entre as pessoas consultadas, consenso relativamente ao perfil ideal. Um: tem de ter domínio técnico profundo sobre o tema do clima. É o tipo de conhecimento que não se adquire lendo bullets points no banco de trás de um carro preto blindado. Dois: capacidade de negociação e articulação porque terá de fechar acordos e manter diálogos bilaterais, principalmente sobre o espinhoso tema das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês), durante os próximos 12 meses. E isto feito num contexto de temperatura global ebulizante, principalmente após a eleição de Trump. Três: tem que estar inquestionavelmente bem empoderado pelo Planalto.
É um equilíbrio difícil. Ainda que o presidente da COP precise que Lula o insufle, o presidente não é o chefe da delegação brasileira, mas o farol de Alexandria das negociações globais. Serve a comunidade internacional e não o seu passaporte. As experiências da COP15 em Copenhague e da COP6 em Haia, deixaram más memórias. Quarto: o domínio da língua inglesa é indispensável. Apesar do acesso fácil a intérpretes e a tecnologia, o presidente da COP fará passeios a solo pelos bastidores das negociações e precisa estabelecer afinidades pessoais com líderes globais, o que não é compatível com a existência de intermediários. Quinto: não poderá ser um líder político-partidário que use o cargo como alavanca eleitoral interna.
Todas as pessoas ouvidas pela coluna afirmaram unanimemente que nenhum dos nomes especulados até ao momento —Alckmin, Ana Toni, André Corrêa do Lago, Antonio Patriota, Fernando Haddad, Helder Barbalho, Izabella Teixeira, Janja, Luiz Alberto Figueiredo, Marina Silva, Mauro Vieira, Rui Costa— preenche integralmente estes requisitos. A maioria deles sequer fala inglês. Muitos deles dificilmente seriam devidamente mandatados pelo presidente da República. E haverá imensos riscos associados à potencial politização da escolha. São também poucos os líderes brasileiros no topo da cadeia alimentar que dominam o perfil nutricional da agenda climática.
Há outros complicadores. Há quem admita que Lula fique tentado a decidir apenas após a estabilização do jogo político para a definição do novo presidente do Senado. E continuam também a existir dúvidas sobre a escolha de Belém. A equipe da Casa Civil, que esteve na COP29, teve, pela primeira vez, experiência prática das necessidades logísticas para organizar um evento com esta envergadura.
Nenhuma das cidades que acolheu as 29 COPs, incluindo as que foram organizadas em países em desenvolvimento (como Nairobi ou Durban), tinham condições materiais tão frágeis quanto a capital do Pará. Haverá figuras elegíveis para presidente da COP que não querem manchar a sua credibilidade com o "risco Belém". A partilha da responsabilidade com outra cidade brasileira parece mais sensata. A diferença simbólica entre organizar a COP30 "na Amazônia" ou "no país da Amazônia" não justifica o risco.
Temos duas alternativas. Lula pode não querer pegar o touro pelo peito e escolher para presidente da COP30 um nome insipido, institucional e apenas suficientemente consensual. A outra é que Lula decida desumbigar a escolha e apresentar uma equipe. Sim, liderada por alguém, mas uma equipe de nomes fortes que possa preencher as lacunas que todos os líderes citados acima apresentam. O desempenho de vários indivíduos no G20 e na COP29 regalaram a Lula um manancial de informações para poder tomar uma decisão. Faça-o rapidamente, Sr. Presidente.
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