O FBMC E AS MUDANÇAS DO CLIMA NO SUL DE SC.
Participamos no dia 16/10/2008 a convite do FBOMS da Consulta Pública promovida pelo Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas/FBMC e Ministério do Meio Ambiente/MMA, ocorrida no auditório da EMATER, em Curitiba. A reunião tinha por objetivo avaliar e coletar contribuições ao eixo temático "Adaptação e Vulnerabilidade do Plano Nacional sobre Mudanças do Clima / PNMC". Na ocasião os coordenadores do evento comunicaram que a última consulta será realizada em Florianópolis no dia 31/10/2008.
Pelo que estamos acompanhando parece que pegou moda atribuir culpa pelo Aquecimento Global somente as emissões causadas pelo desmatamento na Amazônia, desprezando as outras fontes como a queima de combustíveis fósseis e tantas outras. Quando está mais do que comprovado que o atual estrago na camada de ozônio é resultante do acúmulo de gases efeito estufa desde a Revolução Industrial, principalmente pela queima de combustíveis fosseis como o carvão mineral.
Estudos afirmam que atualmente 70% das emissões de CO² no Brasil podem ser provenientes das queimadas na Amazônia, enquanto que no resto do mundo é o inverso, isto faz com que priorizem o combate ao desmatamento, não percebendo a ameaça de instalação de mais usinas de carvão mineral não só no sul do Brasil (SC e RS), mas em outros estados como no Pará, Ceará e Maranhão, por exemplo.
As queimadas resultantes do desmatamento na Amazônia podem até ser no momento as vilãs, porque falta uma fiscalização eficiente para controlar o criminoso desmatamento. Enquanto que a queima de carvão precisa ser mais combatida, pois ainda faz parte da matriz energética brasileira, apesar de causar uma brutal agressão à natureza, desde a extração até a queima. A queima do combustível fóssil mais poluente do planeta desrespeita a legislação ambiental, contraria o Protocolo de Kyoto e reforça o perigo real e imediato do aquecimento global, que desequilibrado intensifica a ocorrência mudanças climáticas como no Sul de Santa Catarina, causando mortes e prejuízos sociais e econômicos a população, principalmente as comunidades carentes.
Na ocasião anunciamos o ‘’SEGUNDO ENCONTRO NA REGIÃO DO CATARINA SOBRE FENÔMENOS NATURAIS, ADVERSIDADES E MUDANÇAS CLIMÁTICAS’’, previsto para 27 e 28 de Março de 2009, exatamente cinco anos após a passagem do trágico e violento ‘’CATARINA - O PRIMEIRO FURACÃO DO ATLÂNTICO SUL’’. Os técnicos do FBMC e MMA acenaram com possibilidade de apoio ao evento, quando tentaremos a viabilização de palestrantes de peso, como forma de contribuir no processo de prevenção e adaptação às imprevisíveis ocorrências, diga-se única região no país castigada simultaneamente por enchentes, tornados, ciclones e furacões.
Tadeu Santos
Sócios da Natureza
Araranguá / SC.
Este espaço foi criado com objetivo de provocar o debate, a aproximação, a crítica, a troca de informações e idéias, como também a pesquisa de questões socioambientais da região sul de Santa Catarina. Considerada uma das 14 áreas mais críticas ambientalmente do país em consequência da poluição gerada pela atividade carbonífera, é também castigada pela violência das águas e dos ventos, com enchentes que destroem e matam, além de ser epicentro do furacão Catarina - o primeiro do Atlântico Sul.